A falta de chuva não afetou as águas da fazenda Piau Caro um importante afluente do Rio Formoso. “Formoso ainda tem muita água”, ironiza o fazendeiro em vídeo gravado no último dia 03.
por Wesley Silas
O proprietário da Fazenda Piau Caro, localizada a 40 km de Formoso do Araguaia, sentido a cidade de Sandolândia, preservou a vegetação nativa e mesmo com a falta de chuva não sofre com a crise hídrica em um dos afluentes do Rio Formoso. “Formosão está bom de água aqui para cima. Não tem bomba para tirar água aqui não”, diz o fazendeiro no vídeo.
Ao contrário do que tem acontecido nos rios Formoso, Urubu, Dueré, Pedra e Xavante, que possui grandes atividades de irrigação, no entorno da nascente do rio que brota na Fazenda Piau Caro possui uma mata nativa intocada de aproximadamente 200 alqueires, o que mantém fartura na vazão da água.
Em uma série de reportagens sobre a seca no Estado de Goiás, o jornal O Popular denuncia as licenças autorização da água (outorgas) acima do limite e contribuiu com a gravidade de degradação dos rios. A mesma reportagem apontou uma pesquisa mostrando que o volume de água retirada de água dos rios de Goiás excedeu em 31,1% a capacidade real do rio.
“Há um erro no processo de outorga, que é calculado com base em uma média histórica que já não reflete a situação do rio”, disse ao O Popular o mestre em engenharia ambiental e professor da Pontifícia Universidade Católica de Goiás (PUC-Goiás), Anselmo Claudino. A referência usada para calcular a vazão é estabelecida pela Agência Nacional das Água (ANA) em planos de recursos hídricos de 2013 e, pelo cálculo do professor, seria insuficiente para atender a demanda de uso de água autorizada hoje.
No Tocantins, a escassez hídrica obrigou por meio de um portaria o Naturatins a suspender em agosto a captação de água em rios Formoso, Urubu, Dueré, Pedra e Xavante pelo período de 120 dias. Em fevereiro deste ano o Instituto de Atenção às Cidades, ligado à Universidade Federal do Tocantins (UFT), com apoio da Associação dos Produtores Rurais do Sudoeste do Tocantins (APROEST) e pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins), começaram um projeto para controlar da vazão das bombas do Rio Formoso.