Durante reunião com os governadores da Amazônia Legal como presidente Jair Bolsonaro, o governador do Tocantins, Mauro Carlesse (DEM) aproveitou o espaço para defender a importância da liberação da rodovia TO-500, que liga os estados do Tocantins com Mato Grosso. “Por falta de uma licença ambiental, o Estado do Tocantins, tem 30 anos, e está a 30 anos brigando. Eu espero que agora seja liberado”, disse Carlesse ao presidente Jair Bolsonaro.
por Wesley Silas
Neste ano a reserva ambiental brasileiro da Ilha do Bananal, cercada pelos Rios Araguaia e Javaés completou 60 anos. Mesmo tendo 20 mil km² (1.916.225 hectares), número acima de toda área plantada no Tocantins onde a previsão da Safra 2018/2019 é de 1.444,91 mil hectares, muitos índios que vivem na ilha passam por necessidades básicas e convivem com grande índice de suicídio devido a falta de perspectiva de vida, tanto no Tocantins como no Mato Grosso.
Em meio ao debate dos problemas indígenas aparece a TO-500 aliada com um projeto sustentável que gere renda não só ao agronegócio por meio da logística encurtando a distância entre Mato Grosso, via Ilha do Bananal, BR-153 e Pátio Multimodal de Gurupi para dar acesso ao Porto de Itaqui (MA).
“Hoje a produção agrícola deles percorre 2.700 km para chegar nos Portos de Paraguá (PR) e Santos (SP), enquanto por aqui vai dar 1.300 km, incluindo o percurso um pouco mais de 300 km para chegar via TO-500 no Pátio da ferrovia em Gurupi, até a ferrovia seguir para chegar no porto do Maranhão”, explicou consultor de Transporte e Meio Ambiente, José Rubens Mazzaro em entrevista ao Portal Atitude em maio deste ano quando ele avaliou o ganho que o Tocantins terá com a TO-500.
Desde então, as conversas dos Governos do Tocantins e Mato Grosso com o Governo Federal têm sido mais pragmática, quando se compara a governo passados. Nesta terça-feira, 27, durante reunião com os estados da Amazônia Legal com o presidente Jair Bolsonaro, o governador do Tocantins defendeu a importância de criar mecanismos para tirar o índio da “situação de miséria” e melhor aproveitamento das áreas indígenas.
“As áreas indígenas não produzem nada e na verdade estão matando os índios que vivem nestas regiões totalmente precárias. Não adiante ter milhões de [hectares] de terra e este povo está morrendo por falta de assistência”, disse Carlesse.
Em seguida os dois tiveram um diálogo sobre as questões indígenas e sobre a liberação da TO-500:
Bolsonaro – Muitas reservas tem aspectos estratégicos que alguém programou isso. O índio não faz lobby, não fala nossa língua e consegue hoje em dia ter 14% do território nacional, mas uma das intenções e nos inviabilizar.
Carlesse – O nosso índio do Tocantins está vivendo precariamente com todas estas terras que estão em poder deles e não é normal e alguma coisa não está certo. Se eles estivessem vivendo uma vida de rei e usufruindo daquilo que eles têm eu até concordaria.
Bolsonaro – Eles querem se integrar a sociedade. Querem energia elétrica e querem ser o que nós somos.
Carlesse – Nós temos o maior índice de índios suicidas. São meninos, jovens porque eles não conseguem ter a mesma qualidade de vida de um jovem da cidade. Precisamos fazer com que todos tenham oportunidades. Não vamos excluir e dizermos que vamos preservar mantando o índio. O índio está morrendo, passando necessidade com uma área enorme que está fazendo falta para o Brasil inteiro. O índio quer produzir também e esta rodovia eles estão nos autorizando passar dentro da área deles porque eles têm interesse, futuramente, que ela seja privatizada e eles recebam pedágios numa área muito pequena que vai favorecer várias tribos.