A Embratur (Instituto Brasileiro de Turismo) e a Anepe (Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva) assinaram, na quarta-feira (26), em São Paulo, acordo de cooperação técnica para desenvolver o Turismo de Pesca Esportiva no Brasil e atrair mais turistas internacionais para praticar a atividade nos rios e mares brasileiros. A parceria poderá beneficiar projetos sustentáveis nas bacias hidrográficas como as dos rios Tocantins e Araguaia que se tornaram atrativos à prática de pesca predatória e com isso necessita criar uma nova cultura para evitar a extinção de alguma espécies das riquezas da fauna dos rios tocantinenses.
por Redação
O documento técnico foi assinado pelos representantes dos dois órgãos, Teté Bezerra, presidente da Embratur, e Antônio Carlos de Araujo, presidente da Anepe, durante a agenda de atividades da ABAV Expo 2018, importante feira do setor de turismo da América Latina.
O acordo visa reunir esforços e expertises dos órgãos para a elaboração, execução e implementação, por meio de apoio técnico e operacional, de eventos, ações, projetos e programas, como feiras e workshops, destinados à promoção e ao fomento do segmento no Brasil, na modalidade pesque e solte.
De acordo com a presidente da Embratur, a iniciativa é um passo importante para o incremento de uma atividade na qual o Brasil tem potencial significativo e pode ampliar o número de turistas internacionais que visitam o País para a prática do esporte. Segundo dados da Anepe, o Brasil recebe, anualmente, de 10 a 15 mil turistas internacionais para a pesca esportiva.
“Com o tamanho potencial que temos para essa atividade, é notável a oportunidade de crescimento que temos nessa área e precisamos trabalhar para aumentar significativamente esse número de esportistas estrangeiros, impulsionando a criação de novos postos de trabalho”, analisa Teté Bezerra.
A pesca esportiva está ligada diretamente ao turismo e a prestação de serviços, gerando cerca de 200 mil empregos diretos e indiretos. O Brasil tem grande quantidade de rios e lagos e dispõe de um litoral com quase 7,5 mil quilômetros de extensão. Neste cenário, o País apresenta diversos produtos turísticos localizados em diferentes regiões e biomas, como Amazônia e Pantanal, além de grandes rios com potencial para a pesca como o Rio Araguaia, o Rio Tocantins, o Rio São Francisco e o Rio Uruguai.
Para se ter ideia do potencial a ser desenvolvido, os Estados unidos têm uma renda anual oriunda da pesca esportiva da ordem de US$ 115 bilhões. O Brasil, com um potencial ainda maior, tem renda em torno de US$ 3 bilhões, segundo a Associação Nacional de Ecologia e Pesca Esportiva.
O presidente da Anepe, Antônio Carlos de Araújo, considera que a assinatura do acordo marca o compromisso efetivo do Estado brasileiro com o Turismo de Pesca.
“Essa iniciativa é um marco para o Turismo de Pesca Esportiva no Brasil. Temos um potencial imenso e o grande desafio é saber usar esse patrimônio natural com inteligência. Não apenas inteligência ambiental, voltada para a preservação, mas inteligência para trabalhar comercialmente esse patrimônio, conservando-o. O Brasil pode ser referência nesse segmento e se transformar na maior vitrine de pesca do mundo”.
Potencial da pesca esportiva no Tocantins
A diversidade e quantidade de rios no território tocantinense, além das principais bacias hidrográficas com os rios Tocantins e Araguaia, oferece uma riqueza de espécies de peixes amazônicos, que se tornam atrativos para a prática de pesca esportiva em diversas regiões do Estado. Espécies nativas, como o tucunaré, a caranha, a bicuda, a cachorra larga, o barbado e a curvina, por exemplo, também são motivos para a vinda de turistas e praticantes dessa modalidade para regiões turísticas da Ilha do Bananal, das Serras e Lagos e das Praias e Lagos do Cantão. Praticada no esquema pesque e solte, a pesca esportiva proporciona uma vivência com a natureza e incentiva a preservação dos peixes e do meio ambiente. (Com informações da Secretaria de Desenvolvimento Econômico e Turismo do Tocantins e da Embratur)