Ao fazer sua primeira visita a trabalho em Gurupi, depois que assumiu a pasta, a Secretária de Educação, Juventude e Esporte, Wanessa Zavarese Sechim, deu uma entrevista ao Portal Atitude em que ela aborda assuntos como a aprovação do ensino médio do CEM Bom Jesus de Gurupi no Programa de Escola em Tempo Integral, indisciplinas de alunos, infraestrutura como a falta de ar condicionados nas escolas, liberação do Ginásio de Esporte Idanizete de Paula e o impacto da greve no calendário escolar onde algumas escolas só irão começar o ano letivo no início de março.
por Wesley Silas
O CEM Bom Jesus de Gurupi foi uma das 12 do Tocantins aprovadas no Programa de Fomento às Escolas de Ensino Médio em Tempo Integral, voltado com uma das iniciativas do Novo Ensino Médio e que passará, anualmente, R$ 2 mil por aluno.
“O CEM Bom Jesus é a única escola da região sul que recebe ensino médio em Tempo Integral. Abrimos quatro turmas para 2017 e já temos cinco turmas formadas e a procura está enorme porque esta escola é referência em gestão no Brasil e no mundo”, disse a secretária.
Outro destaque do CEM Bom Jesus, lembrado pela secretária, foi o Prêmio Gestão Escolar 2015-2016 que ofereceu à diretora, Lêda Maria Tomasi, uma aos Estados Unidos (EUA) no final do ano passado.
“Acabamos de encaminha a diretora da escola para um intercambio nos Estados Unidos onde ela teve várias oportunidades de conhecer experiência de educação de tempo integral do ensino médio”, explica Wanessa Sechim.
Para ouvir a opinião da secretária sobre alguns assunto que envolvem escolas estaduais, o Portal Atitude entrevistou a secretária:
Portal Atitude: O que motivou o Governo do Tocantins escolher o CEM Bom Jesus para iniciar o ano letivo?
Wanessa Sechim: Nós escolhemos esta escola por causa da equipe comprometida com os resultados na aprendizagem e nesta escola 90% dos alunos entram nas universidades e este é o papel na educação. Nossos alunos têm dois sonhos: o primeiro é entrar numa universidade e o segundo é entrar no mundo do trabalho e o CEM Bom Jesus está apoiando os alunos a alcançar este sonho e a gente vem aqui para reconhecer o trabalho que é desenvolvido.
Portal Atitude: Há algum projeto de instalação de ar condicionados, principalmente, nas escolas de tempo Integral como a José Seabra Lemos, que atendem crianças do 3º ao 9º, para garantir ambiente mais agradável para os estudante na época do calor intenso?
Wanessa Sechim: A escola de Tempo Integral precisa de uma adequação não só na infraestrutura, mas também em todas as questões pedagógicas. Vamos visitar a Escola José Seabra, pois, conhecemos os trabalhos da diretora Eunice que tem muita responsabilidade na gestão da escola. Vamos ouvir a equipe para saber o que precisa melhorar a oferta do Tempo Integral naquela Escola.
Portal Atitude: Quando o governo do Tocantins pretende reativar o Ginásio de Esporte Idanizete de Paula?
Wanessa Sechim: O Governador Marcelo Miranda já autorizou o processo para melhoria na infraestrutura daquele ginásio que já está tramitando e em breve a gente tem respostas mais significativas sobre a infraestrutura.
Portal Atitude: Como a senhora avalia a nova estrutura curricular que prevê, dentre outras coisas a flexibilização do currículo?
Wanessa Sechim: Estamos trazendo um calendário letivo diferenciado, uma nova estrutura curricular, mudando o currículo para ver se as nossas escolas se tornem mais atrativas, com mais aulas de redação, português , matemática, física, química e biologia para ajudar os alunos a realizarem seus sonhos para entrar em uma universidade ou no mundo do trabalho. Temos muitas mudanças como o inglês nos anos iniciais, a física e química nos anos do ensino médio. O Brasil tem uma necessidade muito grande de mudança na educação básica e o Tocantins não foge a regra, então nós estamos olhando aonde estão as deficiências e dificuldade de aprendizagem dos alunos e mudando toda estrutura curricular e as oportunidade de aprendizagem. Queremos uma escola que o aluno aprenda e é por isso e com este objetivo que os pais matriculam os alunos nas nossas escolas.
Portal Atitude: A indisciplina dos alunos é uma reclamação, quase, generalizada dos educadores. Qual o papel da escola?
Wanessa Sechim: Disciplina é uma questão de limite na medida certa e eu penso e falo muito neste sentido. Quando uma escola tem uma proposta pedagógica, um projeto atrativo, currículo atrativo para o aluno; não existe indisciplina porque se o aluno gosta de estar na escola a proposta atrai ele atuar na escola. A escola precisa também de formação para os professores e atualização porque estes alunos que estão na escola não querem mais aprender aquilo que nós aprendemos um dia. Eles têm sede de aprender diferente de tudo que a gente já viu. Então, é a tecnologia, novas metodologias, diálogos e conversas. Não são, simplesmente, aulas expositivas como antes.
Portal Atitude: Temos também problemas sociais como crianças, precocemente, envolvidas com drogas que usam dentro das escolas e questão de degeneração familiar que acaba caindo nas escolas?
Wanessa Sechim: O envolvimento da família na vida escolar dos filhos e acompanhando todo percurso de vida do filho ele é muito importante. Esta educação, realmente, vem de berço da família e a escola também trabalha valores e solidariedade. Nós precisamos estar a cada dia mais preparados para trabalharmos com as diferenças sociais. Para isso, temos vários programas e projetos como o do CEM Bom Jesus que está em uma comunidade com vulnerabilidade social e ele se destaca nos seus projetos. Por isso, estamos aqui para mostrar que é possível dentro de uma comunidade com vulnerabilidade social que os alunos possam ter sucessos e entrar numa universidade. A escola e a educação é a travessia que leva novos rumos e a realização de sonhos.
Portal Atitude: Quais as consequências da greve para iniciar o ano letivo?
Wanessa Sechim: Nenhuma greve deixa de trazer conseqüências e o maior prejudicado é o aluno. Todo tempo nós falamos de calendário de reposição e é possível a gente tentar minimizar o prejuízo trabalhando e fazendo a reposição dos 200 dias e das 800 horas. Em Gurupi, não é diferente das outras regionais, pois tivemos escolas que não pararam, outras pararam parcialmente e escolas que pararam integralmente. Cada qual numa situação diferente com calendário de reposição diferente; mas, no Estado 75% das escolas voltaram as aulas no dia 23 do mês de janeiro, isso representa que mais de 365 escolas voltaram em janeiro após fazer a reposição ou não, pois quem entrou em greve no Estado todo foi uma minoria. Neste ano vamos ter um calendário mais produtivo e sem aulas aos sábado, com planejamento pedagógico, avaliação diagnóstica, com conselho de classe sem aulas, pois acreditamos e apostamos em um ano letivo muito mais produtivo para os nossos alunos, professores e pais.