A denúncia foi feita durante a visita de uma comissão formada por deputados, promotor de justiça, Naturatins, vereadores que ouviram denúncias graves de moradores sobre poluição no Ribeirão Taquaruçu que encontra-se com água na coloração verde com mau cheiro.
por Wesley Silas
Graves denúncias foram feitas por moradores sobre supostos crimes ambientais praticados pela BRK Ambiental em Palmas durante a visita de uma comissão organizada pela deputada estadual Cláudia Lelis para investigar denuncia de esgoto no Lago de Palmas. Durante as visitas, duas denúncias chamaram a atenção devido a uma suposta pressão da concessionária em conluio com ex-gestores municipais a fiscais de meio ambiente.
“Estava falando com os guardas municipais e eles se sentiam constrangidos em lavrar uma multa para BRK por causa deles terem sidos coagidos a retirar a multa. […] Não estou dizendo que seja nesta gestão, mas foi na gestão passada“. Disse o presidente da Associação dos moradores da União Sul, Odécio Costa.

A secretária municipal do Meio Ambiente, Meire Carreira, saiu em defesa dos fiscais da atual gestão.
“Todas as ações que houveram de autuação o processo estão dentro da fundação e temos agido de uma forma bastante eficiente. Na medida que acontece vazamento, a constatação é feita de imediato assim como os laudos e nesta gestão não procede”, disse a servidora.
A segunda denuncia que chamou atenção envolveu a esposa de um homem que mora ao lado da estação de tratamento que enfrenta problemas séria de saúdo como infecção respiratória e problema renais há mais de dois anos, desencadeando em depressão.
“Seu Zé mora em frente a estação elevatória onde transborda e derrama e em uma das vezes atingiu a área que ele planta e a esposa dele está doente com infecção respiratória”, disse o morador.
O promotor de justiça do ambiental de Palmas, Fábio Lang, explicou que desde outubro de 2019 ele, juntamente com a deputada Cláudia Lelis, têm acompanhado os problemas ambientais provocados pela BRK na Capital. Ele citou ainda as disparidades que BRK, gerida pelo grupo canadense Brookfield, atua nos dois países nas áreas de saneamento básico e preservação do meio ambiente.
“Hoje o brasileiro não aceita mais ouvir calado. A BRK é uma multinacional canadense [do grupo] Brookfield e lá a normativa deles, e, eu tenho certeza, que é muito mais rigorosa do que a nossa porque eles são exportadores de água. A sociedade brasileira tem que cobrar o mesmo que é feito no Canadá fazer aqui no Brasil. É só isso! Lá, com certeza, eles não soltam mau odor e não têm poluição na água”, afirmou o promotor.
No final da visita a deputada Cláudia Lelis informou que a BRK será convocada na Assembleia, assim como as agências controladoras e demais órgãos responsáveis para que seja feito um termo de responsabilidade para apurar e resolver o problema de possível emissão de esgoto in natura no Ribeirão Taquaruçu, nas proximidades do setor Bertaville, região sul da capital.
“Nossa função será reunir todos os órgãos fiscalizadores, órgãos ambientais responsáveis, Câmara Municipal e a comunidade em geral, para que, juntos, possamos achar solução imediata para esse problema, disse.
A comissão parlamentar é formada pelo deputados estaduais Elenil da Penha (MDB), Claudia Lelis (PV), Vanda Monteiro (PSL) e Luana Ribeiro (PSDB).
Laboratório
Um dos problemas para a apuração e possível punição dos responsáveis pela poluição, foi apontado pelo promotor de justiça do ambiental de Palmas, Fábio Lang. Segundo ele, nem o município de Palmas nem o Estado dispõem de laboratório credenciado para realizar testes com amostras da água do lago.
Em entrevista à imprensa, Claudia Lelis disse desconhecer o valor necessário para a contratação de um laboratório especializado para tal fim, mas garantiu que tanto os deputados quanto os vereadores da capital estão dispostos a contribuir – por meio de emendas parlamentares. (Com informações do Dicom/ALETO e do site Gazeta do Cerrado, via cobertura em rede social)