Mais uma vez, na semana em que comemora do Dia dos Soldados em ano eleitoral, os benefícios referente as promoções de militares, assim como tem acontecido com os direitos de todos os servidores estaduais, coloca em risco o orçamento estadual que vive sufocado sem sobras para investimentos em áreas como a saúde e a própria segurança pública. A politização em defesa dos votos dos militares chegou ao contrassenso da razão econômica do estado.
por Wesley Sias
Nas redes sociais vários áudios, de supostos militares, sobre as “correções injustas” da categoria repercutiram de forma de chantagem, justamente nas vésperas das eleições. Num Estado em que a renda per capita é bem abaixo da média nacional e menor do que um salário mínimo, conforme dados Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílios – Contínua (Pnad Contínua), onde a média para cada morador é de R$ 937, enquanto o salário mínimo está em R$ 954, enquanto a média nacional chega a R$ 1.268,00. Já os militares do Tocantins estão classificados com o 3º maior salário do Brasil com piso de R$ 4.8 mil para soldado, perdendo apenas para Rondônia e Brasília cujo piso é de R$ 5.902 e R$ 7.190, respectivamente.
Como neste estado a pobreza não é só financeira, mas política também, o Dia do Soltado foi mais uma vez politizada em mais um ano de eleição ao governo, em uma época em que muitos defendem a bandeira de sobras do orçamento para investimentos.
“Deveríamos ter mais motivo para celebrar. Mas, muitas vezes o poder público e o gestor não entendem. Os homens que trabalham com a segurança das pessoas das nossas cidades e do nosso país precisam do nosso respeito. Mas respeito é ter suas necessidades supridas para realizar as suas funções. Os governos têm que cumprir e dar prioridade absoluta a quem lida com a segurança”, afirmou o candidato a governador do Tocantins pelo PSB, Carlos Amastha. Em seguida completou: “Já no início de 2019 vamos corrigir as injustiças nas promoções que se acumulam desde 2015 e montar este cronograma com o comando e as associações que representam a categoria. Promoção é direito. Não é moeda de troca política. Este é o meu compromisso”, finalizou.
Do outro lado, o governador em exercício do mandato tampão, Mauro Carlesse (PHS) publicou uma nota à Polícia Militar e ao Corpo de Bombeiros Militar do Estado do Tocantins.
Nela sua assessoria explica os motivos que não deu as promoções dos integrantes da Polícia Militar e Corpo de Bombeiros. “Após o período eleitoral, o Governo pretende resgatar esse compromisso com a corporação que vem sendo postergado desde o ano de 2015, durante a gestão anterior. O Governo do Estado toma essa decisão para que sejam evitados questionamentos judiciais e também visando resguardar a dignidade daqueles que esperam a publicação e cumprimento dos atos de promoção”, pontua a nota. Disse ainda que “Somadas às promoções, o Governo do Estado também pretende implementar as progressões horizontais e outros direitos adquiridos e acordados com a corporação. No tocante à melhoria das condições de trabalho, o Governo já providencia a aquisição de fardamento, novos armamentos e viaturas, além da digitalização da comunicação”, conclui a nota.
Segundo o Governo, o Estado passa por um momento de reestruturação e reorganização da sua estrutura administrativa. “Essa nova realidade do Estado refuta ações oportunistas e que visam somente criar um clima de desarmonia na corporação e com isso obter resultados eleitorais”, conclui.