Medida do Governo Federal atende as regiões Norte, Nordeste e Centro-Oeste. Linhas de crédito têm quase R$ 3,2 bilhões disponíveis para investimentos
por Redação
O financiamento para aquisição e instalação de placas fotovoltaicas em residências ou condomínios residenciais passa a ter condições bastante facilitadas no Norte, Nordeste e Centro-Oeste do País. Administrados pelo Ministério da Integração Nacional, os Fundos Constitucionais das três regiões – FNO, FNE e FCO – vão apoiar a implantação de sistemas micro e minigeradores de energia elétrica por fontes renováveis para pessoas físicas. As linhas de crédito têm quase R$ 3,2 bilhões disponíveis para investimentos, associando juros muito abaixo das taxas de mercado e prazos mais longos de pagamento. O anúncio foi feito pelo presidente da República, Michel Temer, e pelo ministro da Integração, Helder Barbalho, nesta quarta-feira (4).
Na região Nordeste, que dispõe do maior recurso solar do Brasil, os juros anuais serão de 6,24% e o pagamento do crédito poderá ser feito em até 12 anos, incluindo quatro de carência. A região Norte terá a mesma taxa e até 36 meses para quitação do financiamento, sendo dois meses de carência. Para o Centro-Oeste, os encargos são de 7,33% ao ano, com 24 meses de prazo e seis meses de carência. Os interessados devem procurar os bancos operadores do crédito em cada região: Banco do Nordeste, Banco da Amazônia e, no Centro-Oeste, Banco do Brasil.
Será possível financiar todos os bens e serviços necessários à viabilização do projeto – aquisição das placas fotovoltaicas, instalação etc. A expectativa é de que sejam realizadas, pelo menos, 10 mil operações este ano. Além do impacto econômico na renda de famílias ao reduzir custos com o consumo de energia, a iniciativa também deverá fortalecer com fontes renováveis a matriz energética das regiões beneficiadas.
Demanda
Aproximadamente 80% dos brasileiros querem energia solar fotovoltaica em casa, desde que tenha acesso a financiamento competitivo (dados de pesquisa DataFolha, 2016). As condições cobradas por outras instituições financeiras, no entanto, inviabilizam o investimento, com taxas de juros elevadas e prazos de amortização e carência incompatíveis. Por isso, o financiamento é visto como o maior gargalo de mercado por mais de 75% das empresas do setor fotovoltaico, de acordo com a Associação Brasileira de Energia Solar Fotovoltaica (Absolar). O Brasil tem hoje 24.565 sistemas de mini ou microgeração distribuída, dos quais 99% baseados em placas fotovoltaicas.