Philipe Ramos Pedrosa
Segundo o diretor teatral do Motirõ a apresentação superou as expectativas e a platéia foi bastante receptivo. “Confesso que me deu um frio na barriga levar uma forma de teatro tão pouco difundida em nossa região. Somos muito gratos pelo ISTO Cultural”, agradece Fernando.
A I Temporada Popular de Teatro Tocantinense foi organizada pelo Instituto Social do Tocantins (ISTO) e reuniu entre o fim de setembro e início de outubro mais de dez grupos do Estado. Além de apresentações, houve oficinas de capacitação para crianças, adolescentes e jovens. “É a democratização das produções culturais do Estado que não são vistas, às vezes, por falta de fomento. Não é preciso apenas que o poder público faça isso. Basta pensarmos nos mecanismos que temos e executar as ações”, disse o representante do ISTO, Nival Correia.
O Grupo Motirõ é um dos vencedores do Edital Funcult 2013 e aguarda o pagamento para o início do projeto contemplado. “A partir de agora a proposta é trabalhar em cima do que foi construído, lapidar, e nos aprofundarmos mais a fundo em nossa montagem, enquanto aguardamos o pagamento”, ressalta Fernando França. Atualmente o Grupo conta com cinco atores: Cleomar Vieira, Elisa Lemos, Leonardo Alves, Ellys Mara Francisco e Augusto Gallardo.
Espetáculo A Cantora Careca
“Anticomédia em um ato”, assim definida pelo autor Eugene Ionesco. A peça é caracterizada pelo surrealismo verbal, dentro de um cotidiano de burguesia em decadência na Inglaterra. É um teatro onde o figurino, elementos cênicos e as nuanças nas interpretações são ainda mais importantes do que o próprio texto.
A obra procura ilustrar o absurdo da existência humana de forma cômica, assim como o distanciamento e a frieza na comunicação entre as pessoas, observado no diálogo nonsense entre os personagens. A comicidade, baseada mais no absurdo do que no significado, é uma constante do teatro de Ionesco.
A história se passa no interior da Inglaterra e mostra o cotidiano de dois casais, as Smith e os Martim, e da empregada Mary. Entre conversas banais e com pouco sentido até palavras desarticuladas que se limitam a sons e um crescente clima de violência, a peça se desenvolve.
O Gurpo Motirõ encena precisamente a adaptação abrasileirada de Antonio Abujamra. Com ele o texto ganha um caráter mais especifico questionando banalidades.
“É uma visão diferenciada do que a comunidade tem visto de Teatro, até porque o espetáculo é levado pelas vias do surrealismo verbal, entretanto o espetáculo insere a plateia em um contexto pós II Guerra, levando o espectador a refletir sobre a banalidade humana”, conta Fernando França, diretor teatral do Grupo Motirõ.
Temporada Popular de Teatro Tocantinense
O projeto é idealizado pelo ator e produtor Nival Correia através da Spatium Arte e Cultura, conta com o apoio da MZN Filmes, Agência Municipal de Turismo e tem patrocínio da Caixa Econômica Federal, através do Programa CAIXA de Apoio a Festivais de Teatro e Dança, e da Secretaria de Cultura do Tocantins via Prêmio Funcult Arnaud Rodrigues 2013, de Apoio ás Artes Cênicas no Tocantins.