Em entrevista Coletiva concedida na manhã desta terça-feira, 16, a Polícia Federal afirmou que a ex-superintendente do Ministério da Agricultura, Adriana Carla Floresta Feitosa, presa na operação, usava dinheiro para custear despesas pessoais, dentre elas a faculdade de um filho no curso de medicina em Gurupi que foi preso juntamente com outro irmão e o pai, durante a operação. Confira a íntegra da coletiva:
“O foco envolveu integrantes do Ministério da Agricultura e Pecuária (MAPA), em especial a chefe de fiscalização que recebia valores indevidos por parte de frigoríficos e laticínios da região por meio de interesses das empresas perante a administração pública que deveria fazer a fiscalização”, disse em coletiva, o superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira.
Diante a repercussão negativa da operação Carne Fraca, a Polícia Federal deixou claro que na Operação Lucas, ocorrida hoje não teve ligação com saúde pública.
“Não tem ligação a questão de saúde pública, mas teve como foco a corrupção ativa e passiva praticada pelos servidores públicos e empresários que faziam pagamentos indevidos”, disse.
De acordo com o superintendente, a operação investiga quatro pessoas do mesmo núcleo familiar, sendo eles, a fiscal agropecuária que exerceu a função comissionada de chefe de fiscalização e por um período ocupou superintendência do MAPA, Adriana Carla Floresta Feitosa, o esposo e dois filhos que teriam usado o dinheiro para custear despesas pessoais, dentre elas a de faculdades.
“A movimentação bancária do núcleo familiar de 2010 a 2016 chega aproximadamente R$ 13 milhões, sendo que deste R$ 13 milhões nós temos, aproximadamente R$ 3 milhões que são fruto de salários e o que excede a isso é uma movimentação de crédito sem origem no salário”.
Informou ainda que Polícia Federal cumpriu hoje 10 mandados de prisões temporárias, 16 mandados de condução coercitivas e 36 mandados de busca e apreensões.
“A servidora recebia para tratar de interesse que era da empresa fiscalizada, seja adiantando ou atrasando procedimentos administrativos e também há indicação de ela tenha atuado na diminuição de valores de multas aplicadas, ou anulando as multas”, disse.
Na coletiva, o superintendente regional da PF, informou que os pagamentos eram freqüentes, sendo alguns em depósitos em conta, outra via pagamento de boletos, tanto da servidora como de seus familiares. No final ele também citou os nomes das empresas investigadas.
“A principio há uma indicação de que alguns frigoríficos tenham feitos estes pagamentos que seriam, até agora identificados, como Frango Norte, Laticínio Veneza, Santa Izabel Alimentos, Frigorífico Minerva, Máster Boi, Laticínio Fortaleza, Laticínio Palac e são estes até o momento”.
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Apesar de não ter o nome citado, pelo superintendente da PF, agentes da Polícia Federal também estiveram na sede da Cooperativa dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi (Cooperfrigu), e em nota afirmou que “sempre teve bom relacionamento com o MAPA, por meio de seus representantes legais, e nunca se envolveu em casos ilícitos”.
Confira a nota:
Nota de esclarecimento sobre a Operação Lucas
Gurupi (TO), 16 de maio de 2017
A Cooperativa dos Produtores de Carne e Derivados de Gurupi (Cooperfrigu) vem a público esclarecer sobre a Operação Lucas, da Polícia Federal.
Agentes da Polícia Federal estiveram, na manhã desta terça-feira (16), na Cooperativa objetivando encontrar provas documentais com relação a possível esquema de corrupção envolvendo servidores do Ministério da Agricultura.
A Cooperfrigu ressalta que sempre teve bom relacionamento com o MAPA, por meio de seus representantes legais, e nunca se envolveu em casos ilícitos.
A Cooperfrigu se coloca à disposição da Justiça para colaborar com a operação.
Atenciosamente,
COOPERFRIGU