FONTE: GUIAME, COM INFORMAÇÕES DO CHRISTIAN POST
O pesquisador Alan Noble está alertando os líderes cristãos sobre o forte secularismo que tem assolado a nova geração. Segundo ele, os jovens e adolescentes de hoje são fortemente impactados pelas tecnologias que distraem e se colocam como desafios para compartilhar o Evangelho.
No livro Disruptive Witness: Speaking Truth in a Distracted Age (Testemunha Disruptiva: Falando a verdade em uma era distraída, em tradução livre), Alan lembra que abraçar o Evangelho requer pensamento, reflexão e meditação sobre nossas vidas e como isso se relaciona com a mensagem de Deus na Bíblia.
Ele destaca que o fato de nos distraímos facilmente torna essa tarefa muito árdua, com uma infinidade de aplicativos disponíveis nos smartphones. Alan, que também é professor de inglês na Universidade Batista de Oklahoma Baptist e editor-chefe da Christ and Pop Culture ressalta que os seres humanos são dotados de inconsistência.
“Um fluxo poderoso de informações e interação é impulsionado pela tecnologia e esse é o problema. A falha em reavaliar como testemunhamos nossa fé no século XXI, e a falha em levar em conta essas mudanças sociais, teve e continuará a ter sérios efeitos sobre a vida da igreja”, alerta.
“Se essas tendências continuarem, podemos esperar que a igreja enfraqueça dramaticamente, à medida que o cristianismo se torna uma identidade cada vez mais intolerável”, salientou.
Em entrevista ao The Christian Post, Alan diz que a ideia do livro surgiu enquanto pensava sobre o autor evangélico Francis Schaeffer. Sua abordagem seria eficaz se ele estivesse vivo hoje?
Testemunhar a fé
A pergunta que motivou Alan a refletir sobre o assunto foi: Será que a abordagem de Francis Schaeffer para testemunhar sua fé seria tão eficaz hoje quanto na década de 1970, ou houve uma mudança substancial na maneira como as pessoas pensam sobre o significado, o propósito e Deus?
Ele afirma que houve uma mudança impulsionada principalmente por duas forças: secularismo e tecnologia da distração. “É da natureza dos smartphone não prender nossa atenção por muito tempo. Nós nos movemos de um aplicativo para outro. Ao jogar um jogo, uma mensagem de texto aparece. Ao responder e-mail, uma notificação anuncia uma notícia de última hora”, relata.
“Cognitivamente, nossas mentes se acostumaram a conceber o conteúdo em aplicativos como efêmero. Mas, como eu digo no livro, o Evangelho é ‘cognitivamente taxativo’, o que significa que você precisa do espaço mental, do foco e de tempo para internalizá-lo, a fim de sentir sua necessidade de Cristo”, alerta o professor.
“A melhor estratégia para abordar a condição de nossa sociedade é oferecer um testemunho disruptivo em todos os níveis da vida”. Ele explica: “Um testemunho disruptivo cria as condições em que o nosso vizinho é convidado a contemplar a realidade de um Deus vivo, amoroso e auto-revelador. Ela recua contra a tecnologia da distração que permite que as pessoas modernas ignorem a ansiedade, a culpa, o medo e as questões difíceis da vida, e passa a considerar as noções de cristianismo como um estilo de vida”, disse.
Testemunha disruptiva
“Quando você agradece pelo alimento, você se torna uma testemunha disruptiva de duas maneiras. Primeiro, você está proclamando verbalmente que sua refeição é uma provisão de Deus, não uma engenhosidade humana, não seu trabalho, não suas práticas agrícolas modernas, mas a graça comum de Deus é a razão pela qual você tem essa refeição”, pontuou.
“O ato da oração forma nosso coração em gratidão a Deus, desmentindo a crença padrão de que tudo o que temos é o fruto do nosso trabalho, do trabalho de outros humanos ou de forças naturais. Há alguém além de tudo isso. Em segundo lugar, é uma proclamação pública”, coloca.
“O secularismo tende a empurrar nossas crenças para a privacidade. Estamos confortáveis com pessoas sendo religiosas, desde que elas não sejam religiosas ao nosso redor. Porque se o fizerem, isso sugere que talvez a crença deles seja algo que devemos considerar também. Dizer graça em público cultiva sua gratidão a um Deus amoroso e desafia a noção de que a fé é individual”, explica.