Um total de 26 mandados judiciais, sendo um de prisão preventiva, dois de prisão temporária e 23 de busca domiciliar foram cumpridos pela Polícia Civil do Tocantins durante a Operação “Ghostbusters” deflagrada nesta quinta-feira, 17, em quatro cidades paulistas (São Paulo, Guarulhos, Osasco e Cotia) e em Uberaba (MG).
![Operacao-Ghostbuster-01-Luiz-de-Castro-1024x683 Operação “Ghostbusters”: Associações criminosas que praticam ataque virtual conhecido como “Mão Fantasma” são desarticulas pela Polícia Civil Operacao-Ghostbuster-01-Luiz-de-Castro-1024x683 Operação “Ghostbusters”: Associações criminosas que praticam ataque virtual conhecido como “Mão Fantasma” são desarticulas pela Polícia Civil](http://www.atitudeto.com.br/wp-content/uploads/2023/08/Operacao-Ghostbuster-01-Luiz-de-Castro-1024x683.jpg)
O objetivo da Operação é a desarticulação de associações criminosas especializadas no ataque virtual conhecido como “Mão Fantasma”, uma nova categoria de fraude focalizada em aparelhos celulares, que propicia furtos eletrônicos de grande volume, a partir da instalação de ferramenta para gerenciamento remoto de dispositivos, recomendada pelos fraudadores sob o falso pretexto da remoção de vírus e outras ameaças digitais.
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“A Operação “Ghostbusters” é desdobramento de investigações que se iniciaram em meados do ano de 2022, quando três vítimas, todas residentes em Palmas (TO), tiveram suas contas bancárias invadidas e, após instalarem o citado aplicativo de gerenciamento remoto, viram seus patrimônios severamente atingidos, amargando o prejuízo somado de, aproximadamente, R$ 275 mil”, explica o delegado titular da Divisão Especializada de Repressão a Crimes Cibernéticos (DRCC – Palmas), Lucas Brito Santana, responsável pelas investigações.
Durante a operação foram apreendidos dispositivos informáticos diversos, chips telefônicos, cartões bancários e recibos em nome de terceiros, além de itens adquiridos com os valores ilícitos captados, entre eles um veículo automotor, o que na avaliação do delegado, fortaleceu os indícios criminosos que já haviam sido colhidos.
Um mandado de prisão temporária continua em aberto.
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“Um dos investigados, em desfavor do qual foi expedido mandado de prisão temporária, ainda não foi localizado, sendo que as diligências prosseguirão para a identificação de seu paradeiro e consequente captura”, destaca.
Os investigados responderão por associação criminosa, invasão de dispositivo informático e furto eletrônico, havendo também indícios quanto ao cometimento dos delitos de lavagem de capitais, falsidade ideológica e uso de documento falso.
Como funciona
Conforme apurado durante as investigações, o ataque virtual normalmente se inicia com uma ligação, na qual o criminoso se apresenta como funcionário de uma instituição financeira, comunicando possíveis movimentações atípicas na conta bancária do ofendido, tais como compras/transferências suspeitas e tentativas de invasão.
Diante da negativa da vítima quanto à confirmação de tais movimentações e acessos, o suposto funcionário indica a necessidade de uma varredura digital no dispositivo, que seria executada remotamente pelo atendente por meio da instalação de um aplicativo, procedimento que reforçaria os mecanismos de segurança e impediria novas invasões.
“Ocorre que o pretexto de reforço da segurança digital é fictício, sendo que, ao ser instalado o tal aplicativo é atribuído acesso remoto do dispositivo ao criminoso, este passa a subtrair, sob os olhares da vítima, todos os valores contidos em suas contas, até mesmo os créditos em potencial, através de uma série de transações, entre transferências, pagamentos, empréstimos e adiantamentos”, explica o delegado Lucas Brito Santana.
Ainda conforme as investigações, para conferir uma aparência de credibilidade no contato feito com a vítima, os falsos funcionários são cordiais, empregam linguagem culta, usam recursos tecnológicos, como as gravações das centrais, e simulam transferências para outros atendentes, podendo, inclusive, mascarar o número de telefone já adotado pelas instituições financeiras como canal de atendimento.
Ghostbusters
O nome “Ghostbusters” (traduzido como “Caça-fantasmas”), alude ao modo de agir dos infratores, os quais, valendo-se dos artifícios mencionados, travestiram-se de atendentes bancários e convenceram as vítimas a instalar ferramenta de gerenciamento remoto de dispositivo, subtraindo de suas contas e sob os seus olhares, valores expressivos, agindo como autênticos “fantasmas”.
Apoio
Além da DRCC – Palmas, a Operação contou com o apoio de diversas forças de segurança dos Estados do Tocantins, São Paulo e Minas Gerais, totalizando mais de 100 policiais civis envolvidos nas ações desta quinta-feira, 17.
O delegado Lucas Brito Santana destaca que com a Operação “Ghostbusters”, a Polícia Civil do Tocantins encerra o ciclo de diligências efetivadas ao longo desta semana em cidades dos Estados de São Paulo e Minas Gerais, as quais resultaram, juntamente com as Operações “Operadora Paralela II” e “Arremate” (deflagradas na última terça-feira), no cumprimento de 05 mandados de prisão e 39 de busca domiciliar, além do bloqueio e sequestro de valores disponíveis nas contas de investigados, muitos deles já inquiridos em sedes policiais.