A presidente da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET), senadora Kátia Abreu, apresentou na manhã desta quinta-feira, 15, o Programa do SENAR, “O Campo na Classe Média no Tocantins” que atenderá os municípios de Araguatins, Augustinópolis, Couto Magalhães e Formoso do Araguaia.
por Wesley Silas
Em entrevista coletiva na sede da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado do Tocantins (FAET), a senadora apresentou números que mostram a má distribuição da produção agrícola, baseado na Censo Agropecuário. Conforme os dados apresentados, 51,19% do valor da produção no Brasil está concentrado nas Classe A/B, 35,46% na classe C, 10,08 na classe E e o restante, 3,27% na classe E. Enquanto no Tocantins, a pirâmide da produção concentra 75,5% na classe A/B; 14,2% na classe C e 10,3% nas classes D e E.
De acordo com a presidente da FAET, o programa visa elevar a renda dos pequenos produtores da agricultura familiar, em especial as que vivem nos Assentamentos, abrangendo os municípios de Araguatins, Augustinópolis, Couto Magalhães e Formoso do Araguaia. Segundo ela, o programa da FAET é voltado à inovação e tecnologia. Explicou ainda que os técnicos estarão presentes pelo período de dois anos nas propriedades onde atuarão na qualificação, disseminação de informações sobre associativismo, cooperativismo, gestão agropecuária e cursos técnicos nas respectivas atividades e vocações de cada região.
“Por que os pequenos agricultores do Rio Grande do Sul, do Paraná e Santa Catarina são considerados produtores ricos com um pedaço de terra pequeno? É porque eles já evoluíram nesta questão e corrigiram a imperfeição de mercado e estão todos filiados nas cooperativas e não tem ninguém sozinhos, isolados como estamos hoje aqui no Tocantins e em boa parte do Brasil”, explicou Kátia Abreu.
A presidente da FAET defendeu que não são apenas a qualidade na produtividade que distancia os pequenos produtores da melhor qualidade vida, mas, segundo ela boa parte deles fazem parte das 55% das pessoas que estão na pobreza ou extrema pobreza no Tocantins.
“Eu não posso afirmar, com certeza absoluta, mais eu posso imaginar que boa parte dessas pessoas estão no campo porque andamos constantemente na área rural estamos vendo muitos proprietários da agricultura familiar que estão fazendo somente para comer e alimentar mal. Se nós agirmos pelo campo estaremos combatendo este número horroroso de 55% de pessoas pobres ou extremamente pobres no Tocantins. Estamos falando de 850 mil tocantinenses”, disse.
O programa da FAET visa atender nos quatro municípios 300 famílias.
“Será uma pequena amostra em cada um destes municípios porque nós queremos provar que este mecanismo vai dar certo para quem sabe o governo, hoje ou no futuro, possa estendê-lo para todo Estado e fazendo suas correções que achar devido; mas, que não seja um programa de política de um governo, mas um programa de Estado”, disse.