Wesley Silas
Nos últimos meses o grupo do advogado e ex-presidente da Câmara de Vereadores de Formoso do Araguaia, Ronison Parente (PP), tem promovido várias reuniões para debater a cidade e seus problemas que poderá servir no futuro próximo como sustentação na construção de um Plano de Governo.
Conforme apontou Ronison Parente, o primeiro ponto que está sendo debatido com a sociedade de Formoso do Araguaia são problemas de gestão, principalmente, nas áreas da saúde, educação, infraestrutura e urbanização.
Ele lembrou que no último ano o município teve o município teve uma receita corrente líquida na faixa de R$ 36 milhões e, conforme determina a Constituição, 25% desta receita deve ser investido na educação, o que representa, aproximadamente, R$ 8 milhões. “O que vamos fazer é direcionar todos os esforços para que possamos prover um sistema educacional onde a escola, além de funcionar como uma unidade educacional, ela sirva também para fazer inclusão social por meio da escola de Tempo Integral”, explicou. Em seguida ele justifica: “Não podemos seguir em um sistema educação que repete um modelo que está há década e não consegue fazer que o filho do pobre consiga ter acesso à Universidade – que é o objetivo de quem estuda”, disse.
Infraestrutura
De acordo com Ronison Parente desde que o município foi emancipado, há 51 anos, a cidade nunca elaborou, sequer, um projeto para ordenar a urbanização e muito menos um Plano Diretor.
“Em função do Projeto Rio Formoso, o processo de urbanização de Formoso começou forte na década de 1980 quando houve em um curto espaço de tempo um crescimento urbano violento e surgiu os bairros Aliança, São José I, São José II e Planalto. Passaram –se os anos e até o momento não houve um Plano Diretor para ordenar tudo isso. Em 50 anos não conseguiram pavimentar 50% da cidade e boa parte do que tem pavimentado está sem meio fio, sem sarjetas, sem um metro de rede de esgoto ou de sistema de drenagem”. Disse
A falta de área verde e de local para prática de lazer na cidade é outro problema que foi lembrado por Ronison Parente.
“Nunca se pensou em arborização em uma cidade que é quente, as praça que poderiam ser um lugar para o lazer não tem um árvore. E vai mais além, os principais bairros da cidade não têm praças, com exceção do setor Aliança que tem uma praça pequena”, disse.
Ainda conforme Parente há indícios de que muitos terrenos que poderiam ser usados para construção de praças foi doado por políticos para fins eleitoreiros.
“Vamos fazer um estudo com a possibilidade do município reaver o patrimônio público que foi doado para fins eleitoreiros quando pegaram, praticamente, todas as áreas verdes do município e fizeram rateio disso por meio de doações que não sabemos se foram legais. Hoje quem está pagando o preço de tudo isso é a população que não dispõe de espaço de lazer”. Explicou.
Plano de Desenvolvimento Estratégico
O segundo ponto defendido por Ronison Parente é a necessidade da criação de um Plano de Desenvolvimento Estratégico que vise vislumbrar um programa para o futuro da cidade. Para isso, ele considera as potencialidades que o município tem para mudar o cenário econômico, pois o município está localizado em uma região estratégica que, no sentido Leste Oeste, vai desde ao trevo da BR-153 com a BR-242 até as barrancas do Rio Araguaia na divisa como Mato Grosso em um percurso de aproximadamente 200 quilômetros em linha reta e no sentido norte Sul são 150 quilômetros que divide Formoso dos municípios de Sandolândia a Lagoa da Confusão, o que representa a maior extensão territorial, dentre os 139 município do Tocantins.
“O município é sede de um dos maiores projetos agrícola irrigado do país, que é o Projeto Rio Formoso, com uma área útil que pode chegar a 30 mil hectares, com produção duas vezes por ano, temos o segundo maior rebanho bovino do Tocantins com quase 240 mil cabeças de gados e temos um morro que produz calcário com PRNT superior a 90% considerado uns do melhores do Brasil para fins agrícolas e esta mesa pedra calcária, que fica no morro azul, onde tem a indústria Fillercal que consegue produzir tudo que é derivado do calcário e pode chegar até o cimento, mas, não está produzindo porque ainda não tem tecnologia para isso”, explica.
O turismo é outra potencialidade que, segundo Ronison Parante, deve ser capitalizada para transformar a situação econômica da região. “Temos dentro do Projeto Rio Formoso os três grandes reservatórios que são o Taboca, o Calumbi I e II que poderiam ser utilizados para pesca esportiva e outra finalidades turísticas auto-sustentável. Estes três reservatório tem acesso por meio de rodovia pavimentadas. Temos a Ilha do Bananal que é uma espécie de pantanal Mato-Grossense com as mesmas características que tem lá, com a diferença que em Mato Grosso o acesso é muito difícil”.
Questionado sobre os impedimentos devido a Ilha do Bananal ser um reserva indígena, ele defende que há meio de utilizar parte da área para prática do turismo sustentável.
“Há um consenso dentro das comunidades indígenas na utilização auto-sustentável da ilha desde que haja inclusão das comunidades indígenas. Os investimentos podem ser feitos por meio de um consórcio entre as iniciativas privadas e as comunidades indígenas”, defendeu.
Projeto Rio Formoso
Ronison Parente afirmou que a revitalização e ampliação do projeto será um grande passo para o desenvolvimento da região.
“Falta ampliar a terceira etapa que representa uns 10 mil hectares de uma área fantástica e fazer a revitalização dos canais de irrigação, limpeza nos canais, recuperar as estradas vicinais e melhorar o sistema de drenagens. Tudo isso está bem avançado, inclusive é do Ministério da Integração Nacional, que é do meu partido, a origem destes recursos no valor de R$ 104 milhões que estão sendo disponibilizado para o Governo do Tocantins”, disse.
Industrialização
A falta de um plano de desenvolvimento que pudesse acompanhar o crescimento do município desde que a criação do Estado do Tocantins foi uma pedra que estagnou a economia local, pois segundo ele, quando o Tocantins foi criado Formoso esteve entre os três municípios do Tocantins com maior arrecadação de ICMS. “Sem fazer críticas para políticos A, B ou C, questiono: o que aconteceu com Formoso para que o município hoje tenha uma economia estagnada? É porque, historicamente, Formoso perdeu os momentos cruciais para dar o segundo passo que é a agroindustrialização. A parte política não acompanhou o boom do crescimento econômico privado de Formoso. É um tema delicado e polêmico, mas é uma realidade”, defende. Em seguida ele conclui: “Você pega as décadas de 80, 90 e essa última década de 2000 somam-se 30 anos, onde o município vem sediando o maior projeto agrícola irrigado do país em área continua não conseguiram fazer um processo de industrialização”, criticou.
Outra potencialidade apontada por Ronison Parante são os assentamentos instalados no município. “Nós temos 09 assentamentos rurais com quase mil famílias assentadas que nos dá condições de ter um laticínio funcionando para industrializar o leite e seus subprodutos para gerar empregos e renda”.
Na idéia de Ronison Parente, o primeiro passo para que o município não continue perdendo espaço na construção de uma economia forte e consolidada no futuro seria a elaboração de um plano de Desenvolvimento Estratégico. “
“Não sou eu que tem que pensar nele, mas deve ser formado de maneira profissional com especialistas da área e hoje Formoso tem doutores e mestres em diversas áreas. Como exemplo, temos filhos de Formoso que são doutores que atuam na Embrapa, temos também na UFT, como o secretário de Agricultura do prefeito Laurez que é de Formoso. Queremos chamar estas forças pensantes que a cidade produziu ao longo dos anos para que possamos juntos planejar e montar um Plano Estratégico de Desenvolvimento para o município – não só para uma geração, mas para as próximas gerações”, exemplificou.
Eleições 2016
Convicto e entusiasta em seus posicionamentos, Ronison Parente, fez questão de lembrar que, diante a Reforma Política, o próximo prefeito de Formoso poderá ficar no poder até o ano de 2022.
“Nós não estamos mais na virada do milênio, já viramos e vamos para a terceira década do milênio e o município continua com práticas administrativas e políticas do século passado. É isso que nós precisamos discutir. Não é ficar discutindo picuinha políticas, espaço de grupo A, B ou C. Se eu quisesse isso teria continuado disputando eleição de vereador, caso estivesse preocupado com emprego político, com todo respeito com quem exerce o cargo”. Pontuou.
Ele apontou ainda três eixo que irão determinar as eleições de 2016 que serão os candidatos que já estiveram no poder, o que está e os que irão tentar conseguir a cadeira do Poder Executivo.
“Haverá candidatura que representam o passado e está lá e a sociedade conhece, viveu na pele e sabe quem são e nem preciso citar nomes. O segundo eixo é a atual gestão que está fresquinha e não sou eu que vai emitir juízo de valor porque a sociedade está vivendo e sentido. Tem o terceiro eixo que eu defendo que é o cidadão aposta em um projeto de futuro e viver a cidade de forma pensada e organizada. Com gestão profissional, tratar a administração pública como se fosse uma empresa, com a diferença de que a empresa privada visa lucros e a empresa pública visa o bem estar das pessoas, oferecendo uma saúde e educação de qualidade, coleta de lixo decente, iluminação pública, saúde decente e que valorize o servidor público e qualificando-o e valorizando-o com uma repactuação salarial”, concluiu.