Contabilizar quantas garrafas de água mineral são produzidas a cada minuto ou a cada hora. Saber quantas vezes a produção falha e quais são os motivos desses problemas. Essas inovações já fazem parte da realidade de empresários de Tocantins. Esse é o primeiro passo rumo à indústria 4.0, o da manufatura enxuta. Com a ajuda do Serviço Nacional de Aprendizagem Industrial (SENAI), empresários e colaboradores das empresas estão conseguindo produzir a mesma coisa que já produziam, mas de forma mais eficiente, econômica e produtiva.
Por Camila Costa
A manufatura enxuta é uma etapa da indústria 4.0 que, quando colocada em prática, possibilita que todo o processo de produção seja observado, monitorado e, principalmente, analisado. Para isso existem métricas e consultores que conseguem, por meio de modelos matemáticos, fazer simulações, avaliar o estado atual da empresa e propor um estado futuro. Sempre de olho no ganho de produtividade. Segundo Edmundo Franco, gerente da unidade SENAI Cetec, em Palmas, parte das empresas do estado já despertaram para esta necessidade e os ganhos de produtividade chegam até 30%.
“Ou seja, existe hoje uma série de possibilidades que já estão disponíveis no mercado; e de baixo custo, que o empresário pode, sem sombra de dúvida, estar implantando no seu processo produtivo”, pondera o gerente, que ressalta a importância de se quebrar uma das principais barreiras dentro da indústria 4.0, que é a falta de informação.
Hoje, de acordo com levantamento do SENAI, 57% nas pequenas empresas não têm conhecimento dos conceitos de indústria 4.0. “Por isso que estamos aí nivelando esses conhecimentos, trazendo as oportunidades, mostrando cenários de como que nós imaginamos que a indústria vai evoluir nos próximos anos, para que o empresário não seja surpreendido. Para que se prepare e possa tomar algumas ações para que a indústria dele continue cada vez mais viva e produtiva”, alerta Edmundo.
A Indústria 4.0 resulta da incorporação, em larga escala, de tecnologias digitais à produção industrial. Ela vem transformando a forma como se produz, com novos processos, produtos e modelos de negócios que há pouco tempo não era cogitado. Além disso, promete tornar os modelos convencionais de produção gradualmente ineficientes, o que força o setor produtivo a incorporar as novas tecnologias o quanto antes, como mostra o estudo da Confederação Nacional das Indústria (CNI), o “Propostas para as eleições 2018 – Indústria 4.0 e Digitalização da Economia”.
De acordo com o material enviado aos candidatos à presidência da República – como forma de estimular o debate nos próximos quatro anos–, as principais nações industrializadas têm inserido a Indústria 4.0 no centro de suas estratégias de política industrial para preservar e aumentar a competitividade dentro do setor produtivo. Especialistas garantem que os impactos irão muito além de ganhos de produtividade no chão de fábrica.