O potencial hídrico para a produção de pescado no Tocantins é um dos grandes pontos favoráveis para a atividade. Aliado a um clima tropical, com temperatura média de 32°C no período de seca (de abril a setembro) e 26°C no período de chuvas (de outubro a março), o Tocantins possui condições ideais para o cultivo de peixes, em especial a tilápia.
por Redação
“Segundo dados de 2017 da ANA [Agência Nacional de Águas], os quatro reservatórios das Usinas Hidroelétricas possuem a Capacidade de Suporte de 291.358 toneladas de pescado”, explicou o secretário executivo de Estado da Agricultura, Pecuária e Aquicultura, Thiago Dourado, pontuando ainda que, na região norte do Estado, as temperaturas médias são cerca de 3°C mais altas do que na região sul, e também favorecem à atividade da piscicultura no local.
Ainda de acordo com o secretário executivo da Seagro, além desse potencial, o Tocantins possui os reservatórios das Pequenas Centrais Hidroelétricas (PCHs) “tais como a Usina Isamu Ikeda, as PCHs do rio Palmeiras, que se totalizam em sete, e os projetos de irrigação como o Manoel Alves”, exemplificou.
Em 70% dos municípios do Estado, a piscicultura comercial está presente, porém em alguns de forma informal. Atualmente, o município com o maior criatório de peixes é Almas, no sudeste do Tocantins. A respeito da produção de peixes, o Tocantins ocupa o 15º lugar no ranking nacional. A expectativa é de que ele possa configurar entre os cinco maiores produtores do país, nos próximos 10 anos.
“Além da grande quantidade de água e da sua qualidade, a temperatura dos rios do Tocantins também é ideal para a criação de várias espécies de peixes, incluindo a tilápia”, afirmou Thiago Dourado.
Conforme o secretário executivo, o Governo do Tocantins quer aliar o potencial hídrico do Estado com o investimento nas cadeias produtivas para favorecer o impulsionamento da piscicultura. “No ano passado [2018], o Coema [Conselho Estadual do Meio Ambiente] liberou a criação da tilápia nos rios do Tocantins. Junto a isso, o Governo vai impulsionar o investimento na área, apoiar com incentivos fiscais a vinda de empresas para o Estado, principalmente na parte da ração, além dos estudos genéticos, logística e de cursos de capacitação na área da piscicultura”, concluiu.
Reservatórios e Capacidade de Produção
O Tocantins é um dos estados de maior potencial hídrico do país. Atualmente, dos 500 mil hectares de lâminas d’água disponíveis no Estado, somente 5,4 mil são utilizados com a piscicultura. Os principais rios, Araguaia e Tocantins, cortam o Estado e se unem no município de Esperantina (extremo norte), banhando boa parte do território tocantinense.
Piscicultura no Tocantins
A cadeia produtiva da piscicultura movimenta cerca de R$ 180 milhões ao ano e gera cerca de 4.500 empregos diretos e 6.750 indiretos. Conta com frigoríficos para o abate de peixes, laboratórios para a produção de alevinos e apenas uma fábrica de ração para peixe.
Dentre as espécies de peixes encontradas em criações no Estado estão o tambaqui, a caranha, o piau, o pirarucu, o matrinxã e o cachara.
Posição Estratégica do Tocantins
Além dos rios, o Tocantins possui posição estratégica para aquicultura, com fatores naturais de competitividade:
– Ambiente seguro para investimento – fator ambiental;
– Liberação do cultivo da tilápia nos lagos das hidrelétricas;
– As quatro usinas hidrelétricas existentes no Estado têm capacidade de produção superior a 200 mil toneladas;
– Oferta de grãos – farinha de origem animal;
– Posição estratégica para mercados das regiões Nordeste, Sudeste e Centro-Oeste do país;
Além disso, os lagos das hidrelétricas possuem ambiente perfeito para o cultivo de tilápia. O lago, formado com a construção da Usina Hidrelétrica Luis Eduardo Magalhães, por exemplo, tem 172 mil de extensão e 54 km de espelho d´água somente em Palmas, capital do Estado.