Por Redação
Com a oficialização do título de Capital Econômica do Tocantins pela Lei Estadual 4.200, de 18 de julho de 2023, Araguaína se prepara agora para institucionalizar a marca, modernizando o brasão oficial do município, fazendo com que ela se transforme em referência e seja usada pela atual e próximas gestões municipais. A lei que outorgou a denominação em definitivo para Araguaína foi resultado de iniciativa legislativa do deputado estadual Marcus Marcelo, ex-vice-prefeito de Araguaína.
“Fico lisonjeado que seja de minha autoria uma lei repleta de tanto merecimento. Poder tornar esse título oficial é gratificante, por isso quero agradecer a sensibilidade dos colegas deputados e do governador, por entender a importância dessa lei para os araguainenses”, ressalta o deputado que, para apresentar a proposta, trabalhou em conjunto com a Prefeitura de Araguaína.
A institucionalização da marca de Capital Econômica do Tocantins faz parte das ações do município para se projetar ainda mais no cenário nacional, ajudando na atração de investimentos e no desenvolvimento da cidade.
“Araguaína mudou muito e foi transformada nos últimos dez anos. Viramos referência em serviços públicos de qualidade e, sobretudo, na prospecção de investimentos da iniciativa privada. O título de Capital Econômica coroa, agora em lei, o fato de sermos a cidade do Tocantins com iniciativa privada mais forte e que não para de crescer, gerando empregos e melhorias”, ressalta o secretário da Comunicação Social de Araguaína, Davi Fernandes de Oliveira.
Próximos passos
Nos próximos dias, o prefeito de Araguaína, Wagner Rodrigues, deve encaminhar para a Câmara Municipal um projeto para que a nova marca seja aprovada em lei na cidade, criando assim uma política de comunicação do município e não apenas dessa gestão. A marca, inclusive, passará a ser usada nos documentos oficiais institucionais e na identificação de projetos e obras públicas permanentes.
Para isso, o brasão oficial está sendo modernizado, com a manutenção do conceito original criado com a cidade, mas com o acréscimo do título de Capital Econômica do Tocantins, outorgado via lei estadual.
“Tenho certeza de que vamos abrir um precedente para que as gestões, daqui para frente, continuem fortalecendo ainda mais a nossa cidade. Essa é uma conquista que fica para toda a história. O município é muito grato ao deputado Marcus Marcelo por ter apresentado a proposta, bem como a todos os demais e ao governador Wanderlei Barbosa que sancionou”, frisa Wagner.
Por que Capital Econômica?
Desde a sua emancipação, em 1958, o crescimento de Araguaína foi acelerado, bastante acima dos padrões da região, sobretudo no antigo Norte de Goiás. A rapidez no desenvolvimento foi tão grande que, dez anos depois da sua fundação, Araguaína já era considerada a Capital do Norte do Goiás.
O jornalista Otávio Barros, já falecido, deixou um livro pronto sobre a história da cidade, em publicação que ainda será lançada. Na obra, ele conta como o termo se consolidou. Jornaleiro de Otávio Barros, na época da primeira capa que intitulava Araguaína como Capital Econômica do Norte de Goiás, Edson Gallo, 57 anos, lembra com carinho dos tempos que a cidade já se firmava como destaque na região.
“Otávio Barros era uma figura icônica. Ele lutou muito para Araguaína ser a capital do Estado, o que não se deu, mas antes disso ele dizia que Araguaína não dependia de ninguém, nem de Goiás. Ele falava que Araguaína tinha vida própria, comércio forte, agricultura forte e pecuária forte”, ressalta.
Escritor, atual vice-presidente do Sindicato dos Bancários e advogado na área de Direito do Trabalho, Gallo era bem jovem quando trabalhou de jornaleiro, mas ressalta que lembra bem da manchete “Capital Econômica do Norte de Goiás” estampada no Jornal Tocantins. E sobre o título outorgado agora em lei, Gallo ressalta o que era uma luta secular.
“Vejo isso como reconhecimento. O poder público reconhece que somos a Capital Econômica, com a maior iniciativa privada do Estado. Isso vem para coroar o que nós já sabíamos há muito tempo”, pondera.
Narrando a história
“A década de 1970 assinala o período em que a corrente migratória dispara em Araguaína e a economia deu um salto quantitativo, junto com as indústrias do Grupo Boa Sorte. O escritor Edson Gallo e o advogado Emival Noleto foram meus jornaleiros. Havia uma dezena de jornaleiros para vender o jornal pela cidade. Araguaína apresentava um crescimento desordenado, com gente de todo o Brasil. Você̂ passava numa área que era só́ mato. No mês seguinte, o local estava apinhado de casebres de palha. Mesmo sem energia, água e telefone, a cidade desafiava essas carências e continuava em crescimento. Falei com o Fábio do IBGE para fazer uma pesquisa sobre a importância do Lontra no contexto da economia regional da Amazônia brasileira. E publicamos sua pesquisa nas páginas de nossa saudosa ‘Tribuna da Amazônia’, sob o título ‘Araguaína, Capital Econômica do Norte de Goiás’. A edição do jornal logo se esgotou e novos leitores procuravam a redação para comprar o jornal. Muita gente fazia cópias do jornal e espalhava por esse imenso Brasil. O vereador Zealdo, presidente da Câmara, adotou a expressão ‘Araguaína, Capital Econômica do Norte de Goiás’ nos papéis da casa. O vereador Antônio Raymundo Costa falou que iria apresentar projeto para ser homenageado com o título de cidadão honorário de Araguaína. Declinei do convite, alegando ser novato na cidade. Anos depois receberia a honraria. O prefeito João de Souza também adotou a expressão ‘Araguaína, Capital do Norte de Goiás’ nos papéis oficiais da Prefeitura. Quando viajava para Goiânia e perguntavam da cidade, respondia: ‘Sou da Capital Econômica do Norte de Goiás’. Aí tinha que explicar a situação de Araguaína no contexto regional”, relatou Otávio Barros nos seus escritos. (Por Daniel Machado | Fotos: Marcos Filho Sandes / Secom Araguaína)