Por Wesley Silas
Nesta segunda-feira, dia 23, o caso envolvendo a acusação de pedofilia contra o ex-prefeito de Cariri do Tocantins, José Jeremias de Mendonça, ganhou um novo capítulo com a retratação da acusadora original. A jovem, agora com 17 anos, que havia acusado José Jeremias de estupro de vulnerável quando tinha apenas 10 anos, voltou atrás em seu depoimento inicial. Ela compareceu espontaneamente à delegacia, onde revelou ter sido influenciada a dar falsas declarações.
O ex-prefeito foi preso em março de 2019 e posteriormente condenado a 14 anos de prisão, dos quais cumpriu quatro até o momento. A adolescente afirmou à delegada Thuanny Rúbia Ferreira da Silva, da 85ª Delegacia de Polícia de Cariri, que a denúncia foi fabricada sob pressão de sua irmã, Joyce Rosa de Almeida, e seu cunhado, Luciano Alves da Silva, que a teriam manipulado com a intenção de extorquir dinheiro do ex-prefeito em troca de silêncio sobre o alegado crime.
No depoimento, ela explicou que na infância vivia com a tia, Maria Helena, e chegou a morar na mesma casa que José Jeremias. Em 2018, mudou-se para Palmas, onde passou a residir com Joyce e Luciano. Foi então que, segundo relata, o casal concebeu o plano para que ela fizesse a acusação falsa. A adolescente também contou que, ao anunciar a intenção de contar a verdade, foi ameaçada de morte por Luciano e que ele teria, inclusive, tentado enforcá-la. Um sobrinho teria impedido que o plano de assassinato fosse levado adiante.
Atualmente, a jovem possui medidas protetivas contra Luciano, devido às repetidas ameaças. Após fugir da casa do casal, ela viveu em um abrigo em Palmas e, posteriormente, com um irmão. A retratação impacta significativamente o processo judicial do ex-prefeito, que agora se vê diante de novas possibilidades de revisão de sua condenação.
“Ele está tomando todas as medidas cabíveis para uma revisão criminal”, disse um amigo da família de Jeremias.
José Jeremias de Mendonça foi eleito prefeito em 2004 e ficou no cargo entre 2005 e 2008. Ele também exerceu cargos públicos em secretarias de outros gestores.