Em entrevista ao Portal Atitude, o ministro-chefe da Secretaria de Assuntos Estratégicos da Presidência da República (SAE) Roberto Mangabeira Unger, defensor do documento “Pátria Educadora”, considerou “que o Brasil está às vésperas de um acontecimento histórico”.
Para divulgação do projeto “Pátria Educadora”, voltado desenvolvimento e a qualificação dos ensinos fundamental e médio no Brasil, Mangabeira Unger, pretende reunir governadores do Centro Oeste e Tocantins na próxima sexta-feira em Goiânia (GO). “Nós estamos tentando construir um novo rumo para o Brasil de ampliação de capacitações educacionais e oportunidades produtivas”, disse.
Para que o Plano não fique apenas no papel, o ministro busca atrair a presença dos representantes dos municípios brasileiros.
“Este rumo só vai ser real quando ele existir na base do Brasil que é o município e eu vim ver em Gurupi a realidade na ponta. Gurupi é um desses lugares onde fervilha o dinamismo brasileiro e eu vim para ver com os meus próprios olhos e nada substitui o contato direto e é por isso que estou aqui para buscar inspiração para esta reunião que vamos ter em Goiânia para organizar um grande projeto para o Centro Oeste brasileiro”, disse.
Na entrevista, Mangabeira Unger, defendeu três vertentes, especificamente, voltadas à qualificação no segmento agropecuário, logística e industrialização.
“São três grandes vertentes e a primeira é a qualificação da agropecuária, intensificação, diversificação de lavouras de alto valor agregado. A segunda vertente é aproveitar este Centro logístico do Brasil que está surgindo em Goiás e no Tocantins para que não seja, apenas, um corredor vazio de escoamento, mas para que seja a base de todo um conjunto de atividade produtivas e a terceira vertente é a industrialização – que começa com os produtos agropecuários, mas tem um horizonte imenso de bioquímica, energia; enfim, de ciências. Vamos pular aquela etapa de São Paulo do século passado e, o Centro Oeste não é para ser um São Paulo tardio. É para abrir um outro horizonte de futuro de Brasil”, explicou.
Em seguida Mangabeira Unger citou os requisitos essenciais do projeto. “Em primeiro lugar a educação e formação de recursos humanos e nós queremos acabar com o decoreba e com o enciclopedismo e criar no Brasil um novo ensino analítico e capacitador. Eu proponho ao Centro Oeste que abrace este projeto e seja vanguarda dele. O segundo requisito é fomentar o empreendedorismo de vanguarda. Nós temos uma cultura empreendedora vigorosa no Brasil, mas as grandes empresas do Brasil estão afundadas no primitivismo e agora nós temos que organizar o acesso não só ao crédito, mas, às tecnologia, às práticas avançadas e aos mercados mundiais. Não adiante fazer tudo isso na cúpula em Brasília porque essa revolução tem que começar na base e é por isso que eu estou em Gurupi”, explicou.
Ao ser questionado por este Portal sobre o posicionamento sobre a importância logística com a construção da travessia da Ilha do Bananal, ligando os Estados do Tocantins com Mato Grosso, Mangabeira Unger, defendeu que a rodovia poderá oferecer melhor dinanismo entre os dois Estados.
“Todas estas ligações vão surgir como um desdobramento dos grandes eixos multimodais que vão ser construídos aqui em Goiás e no Tocantins. Eu vejo um futuro imenso”, disse
Questionado se a crise não atrapalharia a execução do programa ele resumiu com a seguinte frase: “Não! A necessidade é a mãe da invenção”, disse.
Confira abaixo o áudio da entrevista: