O mestre em Meio Ambiente, Giovanni Salera Júnior, que trabalha na conservação ambiental na região norte e recentemente teve o privilégio de ter um capitulo do livro Conservação e Monitoramento de quelônios na Amazônia relatou ao Portal Atitude sobre a morte lenta do Rio Javaés e o comprometimento da biodiversidade da Ilha do Bananal. “Isso nos provoca uma sensação angustiante de impotência e revolta que enche nosso coração de dor”, disse.
por Wesley Silas
“Recebi uma notícia de uma amiga que é engenheira agrônoma que recentemente visitou o Rio Javaés e afirmou que não encontrou nenhum lugar com profundidade acima de 50cm. É muito triste imaginar o que ela relatou, pois, ele foi com sua família para nadar e refrescar em um pouco e deparou com um rio quase seco”, disse Giovani Salera.
Como não era para ser diferente todos que acompanham um rio tão valioso desvanecer e ver ao mesmo tempo ir junto a biodiversidade da Ilha do Bananal.
“O Rio Javaés é o braço menor do Rio Araguaia que juntos formam a ilha do bananal – considerada a maior ilha fluvial do mundo. Esses dois rios juntos formam um verdadeiro elo de proteção da Ilha do bananal- um dos maiores santuários ecológicos do Brasil. Estamos assistindo a morte lenta do Rio Javaés, que ano a ano agoniza, não só a perda em volume d´água, pois o que está acontecendo é a ruptura de elo de proteção. Infelizmente essa magnífica biodiversidade da região do Bananal está sendo afetada e isso nos provoca uma sensação angustiante de impotência e revolta que enche nosso coração de dor. Até quando está situação lastimável irá acontecer???”, lamenta o ambientalista.
Quelônios Amazônicos
Na ocasião, Giovanni Salera Júnior que servidor público Federal e reside em Palmas desde 2015, e há 17 anos desenvolve trabalho na conservação ambiental na região Norte do Brasil, deu a boa notícia de sua participação na elaboração do Manejo Conservacionista e Monitoramento de Quelônios Amazônicos, divulgado no início deste mês.
De acordo com Salera a obra reúne experiências de alguns pesquisadores acumuladas e desenvolvimento de técnicas e de evolução de metodologia por meio do aprendizado das espécies das tartarugas e tracajás em toda região da Amazônia, que inclui a região da Ilha do Bananal e os índios Carajás.
“Esta obra é fruto de um trabalho de muita dedicação de um grupo de pesquisadores que eu faço parte em prol da conservação ambiental de modo geral, mas especialmente da fauna da região da Amazônia. São muitos anos de esforços, de pesquisa, trabalho de campo e de conhecimento acumulado neste objetivo de conservação da natureza do nosso País que se traduz com uma grande satisfação”, disse Salera.
Segundo informações do IBAMA, o manual trata dos aspectos metodológicos para conservação e monitoramento de quelônios amazônicos, e traz informações sobre educação ambiental e participação das comunidades locais no processo. Foi desenvolvido a partir de trabalhos realizados pelo Projeto Quelônios da Amazônia (PQA), coordenado pelo Ibama. Desde 1979, o programa já realizou a soltura de mais de 70 milhões de tartarugas-da-amazônia (Podocnemis expansa), tracajás (Podocnemis unifilis) e pitiús (Podocnemis sextuberculata), que historicamente sofrem grande pressão resultante da caça e da perda ou alteração de habitat”.
Clique AQUI para baixar o Manual “Manejo Conservacionista e Monitoramento de Quelônios Amazônicos”