Paulo Henrique Borges de Oliveira, vitima de infarto na quarta-feira, 25, em Minas Gerais. Ele foi um dos fundadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio), foi coordenador da Ong FASE atendendo a RDS Gurupá na Ilha de Marajó. “Uma pessoa bastante dedicada ao trabalho, competente, colaborativo, apaixonado pela natureza e um profundo conhecedor da realidade da Amazônia, que inspirou uma geração de ambientalistas”, Giovanni Salera.
Por Giovanni Salera
Paulo Henrique Borges de Oliveira um dos fundadores do Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade (ICMBio).
Ele foi encontrado já sem vida vítima de um infarto perto de onde morava, em uma reserva no sul de Minas Gerais junto a outros funcionários do instituto.
Ele tinha 59 anos e deixa companheira e filho.
Paulo Oliveira foi Diretor do IBAMA e o primeiro Diretor de Unidades de Conservação e Uso Sustentável e Populações Tradicionais do ICMBio após sua criação em 2007.
Natural de São Paulo, atuou durante 30 anos na Amazônia. Foi coordenador da Ong FASE atendendo a RDS Gurupá na Ilha de Marajó – a primeira da categoria no Brasil, que marcou a construção de políticas públicas desenvolvidas na Amazônia.
Na instituição ele foi assessor, coordenador e consultor, desempenhando ações em relação à regularização fundiária, agroecologia, manejo florestal comunitário e comercialização de alimentos, entre outras.
Paulo Oliveira era um líder nato, carismático, alegre e extremamente sociavel. Uma pessoa bastante dedicada ao trabalho, competente, colaborativo, apaixonado pela natureza e um profundo conhecedor da realidade da Amazônia, que inspirou uma geração de ambientalistas.
Em Gurupá ele conseguiu construir efetivamente um mosaico de uso e ocupação do solo do território.
Gurupá é uma referência para essa discussão. Um exemplo positivo de como as comunidades locais podem viver e produzir em sintonia com o meio ambiente. O trabalho que Paulo Oliveira desenvolveu mostra que hoje nós temos instrumentos capazes de construir e fazer com que haja um outro tipo de atuação no território sem que seja o predatório. Devemos isso a ele. Além de Gurupá ele atuou em outras Unidades de Conservação no Estado do Pará e em Minas Gerais.
O falecimento de Paulo Oliveira é uma perda muito grande para a FASE, IBAMA, ICMBio, seus amigos e familiares, mas também para a Amazônia e todo Brasil.