Óbitos crescem no último mês do ano em relação aos demais; maior fluxo e imprudência são as possíveis causas. “É preciso observar a importância de planejar a viagem e ainda checar a existência de pontos de parada para descanso no caminho, por exemplo”, alerta a especialista em segurança e educação no trânsito, Roberta Torres.
por Redação
Dezembro é um período de maior volume de carros circulando pelas estradas por conta das festas de final de ano e início das férias escolares. E, também costuma ser o mês de trânsito mais violento. Segundo o Observatório Nacional de Segurança Viária (ONSV), entre 2007 e 2014, foram contabilizados 818 óbitos em estradas federais na média nos meses de dezembro de cada um dos anos citados. Enquanto isso, o mesmo indicador aponta para uma média de 666 óbitos ocorridos ao longo de cada um dos demais meses – o que aponta para um crescimento de 23%.
O ONSV considerou que essa frequente alta não se justifica apenas pelo maior volume de veículos em circulação. É preciso considerar a postura inadequada dos condutores. Ainda conforme a entidade, estima-se que em 90% das ocorrências o fator humano é o responsável diante da desatenção e desrespeito à legislação, como aqueles que misturam álcool e direção. Conforme a Associação Brasileira de Medicina de Tráfego (Abramet), essa mistura é algo frequente para metade dos motoristas brasileiros.
Na última operação de final de ano realizada pela Polícia Rodoviária Federal, no período entre 23 de dezembro de 2016 e 1º de janeiro de 2017, foram registrados 2.769 acidentes em rodovias federais (aproximadamente 11 por hora). O saldo foi de 2.868 feridos e 225 mortos (22 óbitos por dia).
Orientação
A especialista em segurança e educação no trânsito, Roberta Torres, chama a atenção para alguns cuidados antes de pegar estrada, como ficar atento quanto à revisão do veículo, checar se a documentação do carro está em dia, assim como sempre utilizar o cinto de segurança, obrigatório para todos os ocupantes do automóvel, inclusive no banco de trás.
“É preciso observar a importância de planejar a viagem e ainda checar a existência de pontos de parada para descanso no caminho, por exemplo. Também, é necessário verificar a previsão do tempo nos locais por onde o motorista passará ao longo da viagem. Com a chegada do verão são mais presentes as fortes chuvas em alguns pontos do país. Diante disso, é necessário observar os riscos envolvidos com aquaplanagem e baixa visibilidade, o que exige atenção”, frisou a especialista.
Formação do condutor
Ficar alerta quanto a esses cuidados ao dirigir em dias de chuva é uma das situações vivenciadas pelos condutores brasileiros que vêm buscando a Carteira Nacional de Habilitação (CNH). Isso porque o simulador de direção veicular utilizado na etapa pré-prática oferece essa oportunidade. No Brasil são quase 2 milhões de motoristas formados após a introdução da ferramenta no processo e aplicadas mais de 10 milhões de aulas.
Os dados são da Prosimulador, uma das empresas homologadas pelo Departamento Nacional de Trânsito (Denatran) para fornecer a ferramenta aos Centros de Formação de Condutores (CFCs) – esta que está presente em mais de 1,5 cidades e em mais de 5 mil CFCs, totalizando por volta de 5,5 mil equipamentos.