Por Wesley Silas
O resultado é um número alto de professores com problemas de saúde mental. Entre os fatores apontados está a dupla jornada, a falta de formação no ambiente remoto, o excesso de atividades e a insegurança do futuro. As mulheres, que representam 85% da classe, apresentaram um maior nível de estresse por conta da jornada extra com casa e filhos.
Um outro levantamento feito pela Nova Escola em parceria com o Instituto Ame Sua Mente, em 2022, 21,5% dos educadores brasileiros avaliaram seu estado de saúde mental como “ruim” ou “muito ruim”.
“No topo das queixas dos professores estão sentimentos intensos e frequentes de ansiedade (60%), baixo rendimento e cansaço excessivo (48%) e dificuldades para dormir (41%), além de dificuldade de socialização, isolamento e sensação permanente de tristeza”, aponta a pesquisa publicada no site Vivescer – uma palavra inventada pelo escritor brasileiro Guimarães Rosa. Ela combina duas palavras: “viver” e “ser” ou, na nossa interpretação poética, “viver em constante desenvolvimento”.
Formação de indivíduos
O papel dos professores e educadores é de extrema relevância na formação de indivíduos e no desenvolvimento da sociedade. No entanto, a profissão docente também pode ser desafiadora e estressante, especialmente diante das diversas demandas e pressões enfrentadas no ambiente escolar.
Diante desse contexto, é fundamental criar um sistema de atendimento psicológico específico para professores e educadores, com o objetivo de promover o bem-estar emocional e a saúde mental desses profissionais.
“O sistema de atendimento psicológico oferecerá um espaço seguro e confidencial para que os professores possam expressar suas angústias, dificuldades e preocupações relacionadas ao exercício da profissão. Através de sessões de terapia individual ou em grupo, os educadores poderão encontrar suporte emocional, compreensão e orientação para lidar com os desafios do cotidiano escolar”, avalia o vereador.
A atenção à saúde mental dos professores não apenas beneficia o próprio profissional, mas também tem impactos diretos na qualidade do ensino e no ambiente escolar como um todo. Professores emocionalmente equilibrados tendem a ser mais motivados, engajados e resilientes, o que se reflete em um melhor desempenho pedagógico e na promoção de um ambiente mais positivo e acolhedor para os alunos.
Além disso, o sistema de atendimento psicológico também pode ajudar a prevenir o esgotamento e a síndrome de burnout, problemas que afetam muitos educadores devido à carga de trabalho intensa e às pressões do sistema educacional.
“Investir no cuidado da saúde mental dos professores é uma forma de reconhecer e valorizar o importante trabalho que desempenham na formação de novas gerações. Dessa maneira, o sistema de atendimento psicológico para professores e educadores contribuirá para a promoção de uma educação mais humana, empática e eficiente, beneficiando toda a comunidade escolar”, considera o autor o requerimento destinado ao professor, vereador licenciado e secretário de Educação, Davi Abrantes.
“A criação desse sistema de atendimento psicológico representa uma medida essencial para proteger e fortalecer os professores, garantindo que possam desempenhar suas funções de forma saudável e comprometida, e contribuindo para uma educação de qualidade e uma sociedade mais equilibrada e bem-sucedida”, arremata o vereador.