por Wesley Silas
Fabrycia de Oliveira Varanda Guimarães, mora na Avenida São Paulo no setor Oeste na cidade de São Valério da Natividade. Ela relatou ao Portal Atitude que não consegue concluir a construção da sua casa financiada pela Caixa Econômica devido a demora da Energisa em mudar a rede de energia. A Energisa chegou a cobrar R$ 11.702,00 de mão de obra e R$ 5.439,00 de material para deslocar a rede, totalizando mais de R$ 17 mil.
“Tem um poste dentro do meu lote e como estou construindo a casa pela Caixa já tem 06 meses que estou tentando junto com a Energisa retirar este poste. Ela criou a maior burocracia do mundo e agora me cobrou R$ 17 mil. Para piorar a situação, agora não me atende mais quando eu ligo no 0800 (SAC)”, disse a moradora.
A demora da concessionária atrasa a conclusão da residência da família que depende da aprovação da Caixa Econômica para concluir a obra.
“Eu dependo da Caixa para receber o dinheiro para conclusão da casa porque as vistorias são feitas em 04 etapas e só recebi duas. A Caixa não libera se houver alguma coisa irregular e este poste trava as nossas coisas porque não chega o dinheiro para terminarmos conclusão da casa. Eu estou vivendo um drama há 06 meses”, disse.
Em nota, a Energisa defende que a rede elétrica da rua onde está sendo construída a casa teria sido instalada em dezembro de 2007 mediante projeto e sinalização de alinhamento com a via junto a gestão pública do município. Disse ainda que o serviço para obras relocação de postes e redes, quando solicitado pelo cliente, são arcados por parte do solicitante, conforme previsto na Resolução Normativa 414/2010, da Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel).
“Os custos variam de acordo com a complexidade da obra. A instalação da rede acontece a partir de projeto mapeado e com alinhamento da via pública, previamente fechado com os responsáveis, podendo ser a gestão pública para o caso de ruas, ou privadas no caso de loteamentos e condomínios fechados, por exemplo”.
Consumidora terá que pagar o descolamento de todo quarteirão
Em carta resposta à consumidora Fabrycia Guimarães, a Energisa cobra o deslocamento de 105 metro, ou seja, praticamente todo quarteirão e determina prazo para a conclusão da obra de 240 dias.
Ao Portal Atitude a resposta da Energisa foi outra. Ela poderá concluir os serviços no prazo de 60 a 12 dias após o pagamento do boleto de R$ 17 mil
Queda de satisfação e confiança do consumidor
Casos como o da moradora Fabrycia de Oliveira Varanda Guimarães é uma mostra da brusca queda de satisfação nos índices de confiança e satisfação dos clientes da Energisa que caiu de 64,9% em 2019 para 55,5% em 2020, ocupando assim a 42ª posição 52 concessionárias analisadas pelo estudo encomendada pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) (confira aqui o estudo)
Queda de satisfação na Energisa teve queda de -14,44% e -5,98% de confiança . Na pesquisa, a Aneel perguntou aos consumidores o nível de satisfação, qualidade do fornecimento de energia e de serviços prestados, atendimento e confiança na distribuidora.
O que diz o Procon
Procon Tocantins informou ao Portal Atitude que a consumidora deve formalizar a reclamação no órgão de defesa do consumidor para que as devidas providências sejam tomadas.
“A reclamação pode ser realizada por meio do portal https://www.to.gov.br/procon/ e clicar ‘Faça sua Reclamação Aqui’, preencher todos os campos e anexar os documentos solicitados. A consumidora pode também agendar o atendimento presencial por meio do portal”, informou.