O padre Marcos Aurélio Ramalho Alves, da Igreja Nossa Senhora da Abadia, comentou ao Portal Atitude sobre a simbologia da vela e do dia de Finados para os católicos. “Não são acesas para os mortos e muitas pessoas de outros credos que não compreendem acham que a gente vem ao cemitério para cultuar mortos e não é”, explicou.
por Wesley Silas
O dia de Finados é uma data em que as pessoas reservam para refletir para onde vão após cumprir sua passagem pela terra. Enquanto isso, a data também é uma oportunidade de negócio para ambulantes e comerciantes na venda de velas e flores que são depositados nos túmulos em homenagens aos entes queridos. Conforme apurou a reportagem do Portal Atitude, em apenas um Supermercado foram vendida desde o início desta semana mais de 500 velas por dia ao preço de R$ 1.36, onde alguns ambulantes comercializam na porta dos dois cemitérios pelo valor de R$ 5,00.
Para o padre Marcos Aurélio o interesse na compra de velas pelos católicos tem um simbolismo “de Deus como luz e ao mesmo tempo de uma esperança de uma fé acesa.
“Nós vemos no Evangelho várias vezes o Senhor falar de espera-lo com as lâmpadas acesas como na parábola das 10 Virgens prudentes e das imprudentes e depois nós temos o próprio Jesus falando que quando o filho do homem voltar nós devemos estar com as lâmpadas acesas”, disse o padre.
“Então, todas as vezes que se acende uma vela é uma forma de dizer a nossa esperança, a nossa fé permanecem acesas esperando pelo Cristo que vem a cada dia em nossas vidas”, completou.
Segundo o padre há uma confusão na interpretação da simbologia da velas acesas nos túmulos.
“Não são acesas para os mortos e muitas pessoas de outros credos que não compreendem acham que a gente vem ao cemitério para cultuar mortos e não é. A oração nossa é para Deus por àqueles que já morreram. Nós rezamos com esta consciência a Deus que promete salvar a todos e quando colocamos nesta possibilidade de morte a nossa vida se volta para Deus, que tudo pode e que vence a morte”.
Questionado se mesmo depois da morte, Deus poderá mudar os rumos das pessoas em suas condenações pelos pecados na terra, o padre defendeu que o amor de Deus pode mudar o destino das pessoas, mesmo depois da morte.
“Em segundo Macabeus, Deus fala que quem liga o céu a terra é Cristo Jesus. Então, se nós rezamos aqui com Cristo, o Pai atende porque o filho é o verbo encarnado. É Deus e homem ao mesmo tempo, morto e ressuscitado a porta que nos dá acesso ao céu. Então, na oração que é feita em Cristo o Pai está acolhendo”, disse.
Mesmo se houver condenação? Questionou a reportagem:
“A oração do justo salvará a vida do seu irmão. Nós pedimos a Deus com humildade e com fé crendo que Deus em sua misericórdia tomará a decisão necessária. Agora, da parte da igreja ela continua intercedendo incessantemente é a fé e a esperança em um Deus de misericórdia. Por exemplo, numa realidade muito humana, quando Deus disse que ia destruir Sodoma e Gomorra, Abraão insistiu até o último instante. Depois tem um outro exemplo quando Moisés sobe para rezar no monte e o povo embaixo faz um bezerro de ouro e Deus fala que vai destruir aquele povo. Moisés intercede e faz Deus lembrar do seu amor e de sua aliança e Deus desiste de destruir aquele povo. Então, é o modelo da oração para lembrarmos do amor dele por nós porque não são dos nossos méritos porque não temos méritos algum; mas é do amor Dele por nós e pela fidelidade dele por nós e Deu não entra em contradição do seu amor e é por isso que a igreja pede para confiar, extremamente, no amor de Deus”, concluiu o padre.
Missas de Finados.
Conforme a agenda da Igreja Católica as missas em lembrança do Dia de Finados iniciaram às 06h30min nos cemitérios Santo Antônio (Centro) com o padre Osman e no cemitério São José (saída para Peixe) com Pe. Luiz Antônio e ao longo do dia haverá 13 missas, sendo que a última encerrará às 17hs com Pe Marcos Aurélio no cemitério Santo Antônio e o Pe. Mizhael encerrará a programação no cemitério São José.
A noite haverá uma missas às 19h 30min. na paróquia Santo Antônio dirigidas pelo padre Eldinei.
Um dos túmulos mais frequentado no cemitério São José foi o do ex-prefeito João Lisboa da Cruz que faleceu quando era prefeito no dia 06 de meio de 2008 em Goiânia (GO).