Em abril de 2015 um caminhoneiro chamou atenção do gurupienses ao parar no perímetro urbano da BR-153 para ajudar uma cadeirante atravessar a rodovia. Passados três anos e três meses postagens críticas de uma mãe mobilizou indignou a sociedade e mobilizou uma escola particular que, por falta de consciência, de motoristas teve que colocar cones na rampa de acesso. “Já que muitos fingem não ver essa rampa agora quero ver se com esses cones ainda vou achar um abençoado para estacionar na frente da rampa”, disse a mãe Kelly Carli.
por Wesley Silas
Ao contrário da atitude altruísta caminhoneiro do dia 29 de abril de 2015 quando ele trafegava no perímetro urbano da BR-153 e desceu do seu caminhão para ajudar uma cadeirante atravessar a BR-153 em Gurupi, o caso de Kelly Carli, mãe um casal de crianças portadores de atrofia Muscular Espinhal, mostrou o lado desumano da sociedade que não respeita os limites dos direitos alheios, imposto em uma sociedade civilizada.
Kelly Carli iniciou seu desabafo citando a polêmica envolvendo uma imagem de um veículo de fiscais de Trânsito estacionado em frente a uma rampa que resultou em uma matéria publicada no Portal Atitude.
“Nestes dias aconteceu num jornal aqui no face um comentário sobre as rampas, um que me chamou atenção foi o simples fatos de uma viatura da polícia (Detran), uma camionete grande está estacionada em frente uma rampa… Hoje na Escola Adventista a maioria das rampas são sinalizadas, porém duas não são, mas para um bom entendedor só de ver sabe, independente, de ser sinalizada ou não […] Ela não é direito seu se você não é um portador de necessidade especial […]”, relatou a mãe. “Voltei assim, n não nervosa porque não compensa, infelizmente a pessoa que parou em frente ela viu pois estava descendo com a filha dela […] É uma pessoa muito boa, estudada e seu eu não estiver errada é uma advogada”, relatou a mãe em um vídeo publicado em seu facebook.
A postagem gerou várias repercussões nas redes sociais e mensagens de apoio, principalmente as que passam por problemas semelhantes.
“Eu peço muito a Deus para que estas pessoas que não têm consciência nunca venham precisar a usar uma rampa”, disse Larissa Lopes. Ele tem um irmão com necessidades especiais.
Tiago Gomes Carvalho, filho de Kelly Carli também relatou sua experiência como cadeirante.
“Eu primeiramente quero agradecer todas as pessoas que apoiaram aquele vídeo que minha mãe fez e eu sou o cadeirante que estava que estava lá e a mulher não saiu da rampa. Eu já passei vária vezes por isso, mas eu sempre evito e dou um jeito de não fazer muito tumulto, mas hoje não foi bem assim”, disse.
A repercussão das redes socais não foram o bastante para as pessoas se conscientizarem sobre a rampa na porta da escola.
“Hoje levando o Tiago e a Manuzinha pra escola e advinha o que aconteceu novamente!!!!! Isso msm que vc pensou, novamente a rampa ocupada dessa vez por outro cidadão abençoado ???☹?.. A partir de amanhã vou tirar foto de tdo carro que ocupar aquela rampa quando meu filho precisar e estiver ocupada???….”, postou Kally Carli.
Para colocar um ponto final na falta de conscientização a escola foi obrigada a colocar cones para alertar aos pais para não estacionarem seus veículos em frente as rampas.
“E o hoje o dia começou abençoado e maravilhoso. !!!!! Olha só pessoal e quem disse que pequenos gestos não fazem diferença!?!?!!…. Quero agradecer a direção da escola adventista que sempre nos ajuda a conscientizar tantos pais e alunos a importância dos direitos dos portadores de deficiência”, disse Kally Carli na manhã desta quarta-feira.
Cobrança pelo direito
A cobrança pelo direito do cumprimento normas de acessibilidade e trafegabilidade já foi alvo de protestos em Gurupi. Um exemplo aconteceu no dia 19 de abril de 2013 quando alunos das escolas das redes públicas, privada e da Apae promoveram um grande movimento para sensibilizar o poder público, empresários e sociedade sobre a importância de eliminação das barreiras que impedem o direito à acessibilidade.
Conforme já foi divulgado neste Portal de Notícias, vários pontos da cidade necessitam de humanizar a trafegabilidade, em especial para quem necessita de atravessar a BR-153 para chegar no Centro da Cidade, conforme mostramos em uma das matérias sobre este tema.
Confiram abaixo algumas matéria publicadas no Portal Atitude sobre este assunto:
Acessibilidade: Caminhoneiro desce do caminhão para ajudar cadeirante atravessar a BR-153 em Gurupi
Algumas Ruas de Gurupi recebem rampas dentro das normas de acessibilidade
Falta de urbanização prejudica a estética e acessibilidade do mercado Municipal
Acessibilidade continua sendo problema em Gurupi
Cadeirantes continuam com dificuldades de acessibilidade em Gurupi
Liminar obriga a prefeitura a desocupar calçadas e ruas de Gurupi
Prefeitura de Gurupi dá um importante passo à criação de plano de Mobilidade Urbana
Terminou o prazo para que os municípios implantem Planos Locais de Mobilidade Urbana
Sociedade organizada de Gurupi indiferente aos problemas da violência