A falta da valorização cultural histórica de blocos como “Os Metralhas” e “Os Pifados”, com origem o bloco “Espantalhos”, apesar de estarem desde há década de 70, a cada ano reduz o número de foliões, merecendo um debate sobre a importância dos pequenos blocos, como Os filhos de Gurupi, Los compadres, Os enforcados, Pega pra capá e os Pé de Porco que foram os únicos a desfilar na circuíto da folia. Enquanto, o Bejá, considerado o maior bloco da cidade optou em oferecer aos seus foliões show no estilo boate em sua sede com muita música sertaneja e funk no estilo “das novinhas”.
por Wesley Silas
Seguindo uma tendência brasileira, mais uma fez o carnaval deste ano mostrou que maior mudança foi na música e as inesquecível e tradicional música carnavalesca foram substituídas por músicas sertanejas e funk do pior estilo em seus composições, a exemplo do Mc Luket que ganhou espaço no gosto de foliões, principalmente do bloco Bejá, conforme foi mostrado em um comentário publicado em uma das nossas redes sociais. Na letra, MC Luket dá o recado às novinhas” de Porto Nacional, Palmas e Araguaína para fazer sexo com os gurupienses.
Mesmo com esta infeliz “invasão” do Funk, o carnaval de Gurupi continua sendo a principal referência em público, shows e sua grande estrutura no estado do Tocantins; mas, perde espaço quando quando o assunto é manter as tradições culturais como acontece em Dianópolis que mantém a Tradição dos Enxutos e Porto Nacional com o Desenterro da Buiúna que resgata história e celebra lenda de Porto Nacional.
Blocos
Indecentes e Eternamente, Turma do Aló, Tranqueiras e Enigmáticos são alguns blocos de carnaval que deixaram de existir nos últimos anos em Gurupi, mostrando assim a redução de pequenos e médios blocos e pelo “andar da carruagem” blocos como Os Pifados e Metralhas também podem desaparecer, restando assim nesta linha de tradição apenas os filhos de Gurupi, Los compadres, Os enforcados, Pega pra capá e os Pé de Porco que foram os únicos que se propuseram em desfilar como manda a tradição.
Para este ano, o diferencial da gestão municipal foi a valorização dos músicos locais dentre eles a banda de Chico Chokolate e a Balança-í que nos Trios-elétricos fizeram questão de manter em seus repertórios músicas verdadeiramente carnavalescas.
Enquanto nas sedes do Os blocos “Os Metralhas”, que neste ano completa 47 anos, e na dos “Os Pifados” buscaram manter parte as tradições originais do carnaval de Gurupi.
Desfile e tradição
Os filhos de Gurupi, Los compadres, Os enforcados, Pega pra capá e os Pé de Porco foram os únicos blocos que participaram do desfile em que os vencedores foram revelados nesta segunda-feira (04), penúltima noite de carnaval.
O campeão do carnaval de Gurupi 2019, foi o bloco Os Enforcados, que trouxeram muita ginga e sincronismo. O coreógrafo do bloco, Eberson Gomes falou da alegria de ver o grupo vitorioso. “A felicidade é muito grande. Essa é a primeira vez que estou como coreógrafo em um bloco de carnaval, e terminar com o 1° lugar me dá uma satisfação imensa. E o mais incrível de tudo isso é sentir a energia do público, que fica juntinho da gente na pista compartilhando a alegria”, afirmou.
A segunda colocação foi para o bloco Pega pra capá, que levou para a pista uma homenagem às vítimas das tragédias em Brumadinho e Mariana, ambas cidades mineiras, que sofreram um crime ambiental que matou centenas de pessoas.
“Foram muitos dias de ensaios, suamos a camisa pra fazer uma apresentação bonita e estamos muito contentes com o título de vice-campeão, é uma prova de que estamos no caminho certo, e ano que vem vamos participar novamente e darmos o nosso melhor nesta festa linda”, declarou o integrante Wiliam Alves de Souza, que representou o presidente do bloco, Joice Avelino.
O troféu do terceiro lugar foi para o bloco Los compadres. O grupo está no seu segundo ano de competição e pela segunda vez ficou na terceira colocação.
Para Tânia Oliveira, presidente do bloco, o que importa não é a competição, mas sim a alegria de estar no carnaval. “O Los compadres não visa a premiação, estamos felizes de poder participar. O nosso bloco a cada ano que passa cresce mais, ano passado éramos apenas 30 integrantes e hoje já somos mais de 150 participando dessa festa linda, e é isso o que nos deixa feliz, é essa alegria contagiante de brincar o carnaval”, declara.