Síntese de uma segurança Pública em busca de consenso, foi a última reunião promovida pela Câmara Municipal: Ministério Público recomenda à prefeitura de Gurupi implantação de guarda de trânsito e ao Estado aumento de efetivo da PM, SSP defende criação de um equipe do GOTE e investimentos na inteligência da Polícia Civil, Prefeitura diz que Segurança é dever do Estado e do Governo Federal, vereadores citam casos e violência, PM reclama que prende, mas justiça solta e sociedade organizada quer ouvir resposta.
A violência em Gurupi vai muito além do que muitos pensam. Reservamos aqui alguns pontos de vista que deve ser o mesmo de leitor sobre um problema que afeta, não só Gurupi, mas todo o País.
Para isso, vamos colocar breves pontos de vistas da OAB, Ministério Público, Secretária de Segurança Pública, sociedade organizada e Polícia Militar sobre este assunto que preocupa muitas toda sociedade gurupiense.
Secretária de Segurança Pública:
“Um quadrado pequeno com muito som, cachaça e cerveja com um único beneficiário que é o dono do boteco que não se preocupa com o barulho e nem com a sujeira que fica para o município limpar e provoca ainda o pior resultado para a Polícia, Justiça e Sociedade, o homicídio. Quando a Polícia vai e pede para abaixar o som, o individuo retruca: Sem o som não vende a bebida, a própria comunidade reclama que tem o direito de ouvir som e tomar cerveja.
(…)
“Estamos muitos parcimoniosos e eu nunca vi Direitos Humanos se preocupar com os filhos da vítima que morreu, mas eu vi muitas vezes os Direitos Humanos me aporrinhar quando fui promotor por causa dos filhos do réu, devido apenar um jovem de 23 anos a 22 anos na cadeia. Eu penso que quem não aguenta pena não cometa crime. Precisamos endurecer e parar de ser parcimoniosos com o crime e achar o que aconteceu é só na casa do vizinho e não pode acontecer na nossa. Ai dói”, secretário de Segurança Pública do Tocantins, Cesar Roberto Simoni de Freitas.
Valor da vida:
“A comunidade deve se tornar mais sensível à perda da vida e nós temos que continuar nos chocando com isso porque não é um animal e, mesmo quando se trata de animal, a gente fica com dor e toda sociedade tem que contribuir neste processo, se não, vamos para o caos”. Simoni de Freitas.
Contextualiza a Polícia Militar:
“Recentemente nós registramos uma ocorrência na cidade de Lagoa da Confusão em que um jovem maior de idade roubou um veículo e ainda o manteve em cárcere privado, agrediu fisicamente o proprietário deste veículo e fugiu com o carro. No mesmo dia nós mobilizamos a nossa equipe e conseguimos prender o autor do crime em Lagoa da Confusão em Gurupi. Ele ficou um pouco mais de um mês preso, embora tenha cometido um crime bárbaro, e o resultado é que ele é o principal suspeito da prática dos dois homicídios no Posto Tio Patinhas. A pergunta é que me vem, será que a Polícia não está trabalhando? Pelo contrário. Só neste ano na cidade de Gurupi a Polícia Militar conseguiu prender 147 pessoas, o que representa, aproximadamente 1/3 da capacidade do presídio de Cariri. Conseguimos apreender 16 armas de fogo e recuperamos 71 veículos. Estes números mostram, claramente, que estamos trabalhando; mas, o que acontece é que as ferramentas que nós temos legais são, extremamente, permissivas e a legislação passa o recado para a comunidade que o crime compensa”. Comandante do 4º BPM, Maj PM Flávio Santos Brito.
OAB
Representantes da OAB pontuam o problema como a falha no sistema carcerário e citam problemas, mostrados repetida vezes pelo Juiz da Vara de Execução Penal e Tribunal do Júri, Dr. Ademar Alves, em que muitos presos do semiabertos do Presídio Agricola de Cariri aproveita a fala no sistema para praticar crimes na cidade e apela à sociedade organizada se aproxima do problema.
“Temos que ter uma nova cultura que é de paz que deve ser incentivada pelo município, pelas escolas, igrejas, faculdades e a organização civil, que deve entrar nesta discussão para um novo marco de concepção das relações sociais para descarregamos a polícia. (…) Eu não posso admitir discutir o fim da violência, apenas com a repressão porque a nossa sociedade virou uma panela que está fervendo e colocar uma tampa em cima para abafar a fervura que aparece. Eu acho que é loucura” pontuou o vice-presidente da Subseção da OAB de Gurupi, . Adilar Daltoé.
Ministério Público:
Representado o Ministério Público, o Promotor de Justiça Pedro Evandro de Vicente Rufato, faz uma analogia da reversão de furto para roubos e cita o crescimento dos homicídios em Gurupi , pois segundo ele, o número de mais de 20 homicídios em menos de cinco meses, está muito acima de cidades com a mesma população de Gurupi em regiões como no Estado de São Paulo.
“O Ministério Público tem acompanhado junto coma polícia mensalmente os números de índices de furtos. Há 10 anos no Estado do Tocantins, quando eu cheguei aqui, o crime comum que preocupava era o furto e de zero a 10 tínhamos 08 furtos para cada 10 roubos e hoje a situação se reverteu e temos uma cifra ao contrário. O roubo não é só patrimonial, mas existe ameaças que a vitima sofre e o traumas”, contextualizou o promotor.
“Eu tenho uma opinião formada de que para combater furtos e roubos é feito pelo policiamento intensivo nas ruas e efetivo. Para isso, o Ministério Público fez uma recomendação ao Comando da Polícia Militar em Palmas para que seja destinado oito viaturas para Gurupi e 50 policiais e outra para que o município realize concurso público para Guarda de trânsito”, defendeu o promotor.
Estrutura familiar
Outro problema lembrado pelo Secretário de Segurança Pública é a falta de responsabilidade dos pais que abanam dos seus filhos. “Tem que haver responsabilização criminal de quem faz filho e não cria (…) Tem que trabalhar forçadamente até que está criança chegue a idade adulta porque é muito fácil você ir no festão ou bailão fazer o filho”, criticou o secretário que defendeu ainda que “80% a 90% dos crimes de homicídios tem relação com bebidas alcoólicas por desentendimento de briga de boteco” Cesar Roberto Simoni.
Advogado gratuito para réus
O secretário, Cesar Roberto Simoni, criticou o fato de boa parte dos acusados por homicídios serem defendido por advogados pagos pelo governo (Defensores Públicos), ou seja, a vítima paga, via impostos, para que o Estado pague a defesa do réu.
“Como promotor do Juri eu tive exemplo de cada 100 processos criminais no Tribunal do Juri, 90 eram do Defensor Público. Não tenho nada contra a Defensoria Pública, pelo contrário, é uma instituição de extrema relevância e de necessidade, mas, um Defensor Público ser pago com o meu dinheiro, com o seu dinheiro é triste. Ora! Uma lógica para anunciarmos pela Constituição da República que pode delinquir que está pago o advogado público para quem quiser. O que nós vamos fazer com estes advogados que estamos colocando no mercado de trabalho pela OAB?”, questionou o secretário.
Cidade limpa e iluminada
Já o líder da Oposição na Câmara, vereador Jonas Barros (PV), aproveitou a reunião para criticar a quantidade de matagais em lotes baldios que, segundo ele, serve para esconderijo para bandidos. Ele lembrou um caso recente em que um empresário da cidade foi assaltado por bandidos que estavam escondidos no meio do mato de um lote no Centro da Cidade. Jonas Barros também aproveitou para pedir ao representante do prefeito na audiência, o procurador Thiago Benfica, no sentido que o município melhore a iluminação pública. No entanto, Benfica afirmou que as providências já estariam sendo tomadas e adiantou que os proprietários dos lotes serão notificados pela Prefeitura de Gurupi.
Resposta à sociedade:
“Eu proponho que nós do 4º Batalhão e Polícia Civil façamos uma reunião em separado para juntamos forças juntamente com o Ministério Púbico, que é fundamental neste processo, para que nós possamos dar uma resposta imediata porque a comunidade não suporta mais vivenciar os problemas de homicídios”. , Maj PM Flávio Brito.