por Meiry Bezerra
Se você conhece cantarolou o trecho dessa canção, deve saber que chegou o dia em que ela é mais tocada. A cada reveillon, a letra composta por Ruy Maurity, Tavito e Paulo Sérgio Valle, em 1976, embala a virada do ano de Norte a Sul do Brasil e em diversos outros países.
Penso que os compositores foram bastante felizes quando cantam o desejo de ter paz no coração, e muitos sonhos para o novo ciclo que está para começar. Porém, eles não deixam de enfatizar aquelas que ficaram para trás: as marcas.
Se existe algo que todos nós carregamos são as marcas, sejam dos momentos de festa ou daqueles que não foram desejados. Cada uma traz uma experiência, uma história e, para muitas pessoas, vários aprendizados.
As marcas lembram o que foi vivido, foi sentido, foi construído e que passou. Um dos grandes desafios que enfrentamos é lidar com aquilo que já não temos no presente: um emprego que foi perdido, a companhia de uma pessoa querida que nos deixou, a expectativa de ser aprovado em um vestibular concorrido, bens materiais que foram destruídos, e tantos outros desejos e amores que já não estão mais por perto.
Em contrapartida, chegou o momento em que os sonhos podem novamente ganhar corpo e espaço nos planos e na agenda do novo ano. Eles não precisam ser sinônimos de conquistas de bens materiais, mas podem ser de objetivos que promovam crescimento, satisfação, equilíbrio e resiliência para lidar com os momentos difíceis e as novas marcas que eles deixarão em nós.
O ano que está começando também deverá deixar suas próprias marcas, e que sejam as melhores possíveis. Mesmo que não venham a ser memórias de fatos positivos, que não sejam empecilhos para que os sonhos e projetos sejam renovados ano após ano.
Feliz 2022 para você.
Meiry Bezerra
Psicóloga (CRP 23/1445) / Jornalista / @meirybezerrapsicologia