“No meio de negociações, soa no mínimo indelicado. Vamos passar a impressão de que o Brasil não está muito interessado em manter as negociações no rumo que estavam. Temos que resolver isso,rapidoenão podemos deixar depois de setembro”. Valéria Vilela
O ministro da Agricultura, Neri Geller, encaminhou três nomes para
cada vaga, mas a burocracia do Itamaraty e da Casa Civil em avaliá-los atrasou
o processo de substituição dos adidos, que são escolhidos entre os funcionários
de carreiras e ligados as relações internacionais. A pasta ficou sem os profissionais para
articular as exportações aos Estados Unidos, Argentina, Rússia, África do Sul,
Japão, Suíça e Bélgica (sedes da base de articulação com a União Europeia) –
apenas a China mantém adido brasileiro atualmente. A Secretaria de Relações
Internacionais (SRI) do ministério classifica o retorno, ocorrido há quase duas
semanas, como ‘indesejável’.
Os substitutos escolhidos pelo Mapa precisam agora ser aprovados pela
presidente, Dilma Rousseff. A decisão dever sair em até 60 dias. Caso isso não
aconteça, as negociações que estão em andamento, em países como a Rússia, podem
ficar comprometidas
O coordenador-geral de articulação da
Secretaria de Relações Internacionais do Ministério da Agricultura (Mapa),
Eduardo Sampaio,explica, tomamos a decisão de trazê-los no dia 30 de junho,
quando eles já tinham completado os quatro anos. Acreditávamos que seria
suficiente para ter os substitutos. Nós avisamos, definimos essa data com
bastante antecedência, há mais de 100 dias. Achamos que o processo fosse estar
concluído, mas não foi possível a tempo.
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No meio de negociações, soa no mínimo indelicado. Vamos
passar a impressão de que o Brasil não está muito interessado em manter as
negociações no rumo que estavam. Temos que resolver isso,rapidoenão podemos
deixar depois de setembro. Quando vai começa o inverno russo , época que não ocorre produção. É quando as negociações
ficam mais difíceis, buscando preços maisbaixos, explicou o o consultor em
relações internacionais, Rafael Duarte em entrevista ao site do Canal Rural.
Para o setor agrícola interno, isso causa uma incerteza e reflete no
mercado, quem retomando os negócios com o Moderfrota , no caso dos implementos
agrícolas, explica AndreRorato, diretor de marketing da LSTRACTOR.
Já o diretor comercial da Bouwmann, no Brasil, Rafael Bouwmann,
empresa alemã que atua no pais junto ao setor de enciladeiras, o momento é
delicado, mas não acredito que a
situação vá se estender por muito tempo. Sabemos que substituição de
funcionários nem sempre é possível no prazo que o mercado exige, isso ocorre
também na esfera pública.
Entenda melhor:
Nos últimos 20 anos, o Brasil passou a ser um grande protagonista no
comércio internacional de produtos agrícolas. Este comércio tem características
muito diferentes dos outros produtos, já que, além das regras comerciais,
entram em jogo regras técnicas extremamente complexas e sofisticadas, e aí
surge a necessidade e inevitabilidade de contar com especialistas nestas
posições
Todos os países que mantêm grande fluxo de
comércio agrícola contam com adidos em suas embaixadas, sempre escolhidos no
corpo dos quadros técnicos de seus ministérios da Agricultura. Alguns, como os
Estados Unidos, têm um serviço especifico para o tema. No Brasil há, inclusive,
muitos adidos de países que têm interesse em exportar seus produtos para nós.
Poderíamos dizer que o Brasil chegou tarde e modesto no tema – afirma a
Secretaria de Relações Internacionais (SRI).
A secretaria avalia como “positivo”
o trabalho dos adidos, destacando que foi por meio deles que o Brasil conseguiu
a liberação para vender carne suína nos mercados japonês e norte-americano. A
secretaria aponta também o aumento de frigoríficos autorizados a exportar para
a Rússia como resultado das negociações com o país, incluindo o envio de duas
missões técnicas russas para inspecionar os estabelecimentos brasileiros nos
últimos dois anos. (Valeria Vilela com informações
da Secretaria de Relações Internacionais do
Ministério da Agricultura (Mapa)