Com o objetivo de fomentar, ainda mais, a raça dos cavalos crioulo, no estado do Tocantins um grupo de criadores, técnicos e aficionados pela raça, organizou uma reunião para o lançamento do Núcleo de Criadores do Cavalo Crioulo do Tocantins.
O evento aconteceu no domingo, 1º de junho, na fazenda Jamp, no município de Dueré, onde já existe um significativo plantel de crioulos e os proprietários decidiram fortalecer a raça buscando outros parceiros que já conhecem e valorizam as importantes caraterísticas desses cavalos e criarem este núcleo de criadores para que o cavalo crioulo tenha uma representatividade oficializada no Estado.
Entre os participantes foram discutidos vários assuntos com relação à formalização do núcleo, localização, objetivos e regras para o funcionamento da entidade.
Os empresários, Marcelo Cavalcanti Bazan, Conrado Bazan e Luiz Carlos Vitorino, foram os cicerones do evento juntamente com o adestrador de equinos, Zeca, de Pirassununga-SP, que realizou um curso de doma racional com os funcionários da fazenda e também falou,para os participantes da reunião, sobre as qualidades e a viabilidade do Crioulo nos esportes equestres.
Origem do cavalo crioulo
O cavalo crioulo tem sua origem na população eqüina da península ibérica, mais precisamente nos territórios de Portugal e Espanha do século XV. Naquela época, várias raças eram criadas na região, porém, acredita-se que o cavalo crioulo é originário de duas, sendo elas: Andaluz: Tem pelo menos quatro mil anos de história e é conhecida como uma raça guerreira. Sofreu grande influência dos cavalos trazidos do norte da África pelos mouros que estiveram presentes, na península ibérica, por oito séculos. Jacas: Também conhecida por Rocines. Antiga raça de cavalos nativos espanhóis das regiões da Galícia, Navarras e Andaluzia.
Eram conhecidos pela valentia e resistência. A partir da chegada de Colombo na América, em 1492, várias foram as expedições espanholas que trouxeram estes cavalos para o novo continente. Os Andaluzes e os Jacas teriam sido escolhidos para cruzar o oceano por serem os mais resistentes e aptos para afrontar as dificuldades no novo continente; e pelo fato dos portos de embarque das expedições estarem localizados nas regiões onde estes cavalos eram criados.
Os crioulos, da forma como hoje são conhecidos, ficaram concentrados, principalmente, no sul da América, onde hoje está a Argentina, Uruguai, Chile, Paraguai e o sul do Brasil. Durante cerca de quatro séculos, a raça crioula foi forjada através da seleção natural. Os cavalos foram perseguidos por homens e predadores, passaram sede, fome e precisaram agüentar temperaturas extremas, desde as fortes geadas do inverno até o rigoroso sol do verão.
A raça crioula foi moldada desta forma, em um ambiente hostil onde somente os mais fortes sobreviviam e conseguiam passar para gerações futuras seus genes. Em meados do século XIX, após este período evolutivo, os fazendeiros do sul da América começaram a tomar consciência da importância e da qualidade dos cavalos crioulos que vagavam por suas terras.
Esta nova raça, bem definida e com características próprias, passou a ser preservada desde então, vindo a ganhar notoriedade mundial a partir do século XX, quando várias associações foram criadas e, através delas, o valor do cavalo crioulo foi exaltado e comprovado.
O Núcleo de Criadores do cavalo Crioulo do Tocantins terá registro na ABCCC, Associação Brasileira dos Criadores de Cavalo Crioulo e terá como objetivo principal fomentar o crescimento da raça no Estado.
No mês de agosto acontecerá a segunda reunião do grupo com o intuito de eleger o presidente e toda a diretoria do Núcleo, e registrar em Ata as primeiras ações dos membros.
Os interessados em participar do Núcleo de Criadores do Cavalo Crioulo do tocantins, poderão entrar em contato com Luiz Carlos Vitorino pelo E-mail [email protected] ou pelo telefone (34) 91116060, em Gurupi o contato poderá ser com a Sra.RosaLiz Faustino pelo telefone (63) 8118 3609. (Texto e fotos Mauricio fenelon, com informações da ABCCC)