Após dois casos confirmados da EBB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), conhecida como “mal da vaca louca”, em setembro, em Mato Grosso e em Minas Gerais, provocou a ausência da China, o maior importador do produto, gerando queda de 43% no volume e de 31% na receita em relação ao mesmo mês de 2020. No ano passado a movimentação de outubro foi de 189.575 toneladas e a receita US$ 790,18 milhões. Para o mercado chinês houve apenas uma exportação residual de 27.700 toneladas em outubro, a maior parte com entrada pela cidade estado de Hong Kong (19.466 toneladas). Em setembro de 2021, as exportações para a China realizadas pelo continente e por Hong Kong atingiram o recorde de 132.455 toneladas.
Segundo a ABRAFRIGO, no acumulado do ano as exportações brasileiras do produto já atingiram 1.610.799 toneladas, queda de 2,4% em relação ao acumulado no mesmo período do ano passado, quando a movimentação foi de 1.650.215 toneladas. Nas receitas, no entanto, houve um crescimento de 16% graças aos bons preços do produto no mercado internacional. Em 2020, a receita até outubro foi de US$ 6,899 bilhões e em 2021 atingiu a US$ 8 bilhões.
Entre os 20 maiores compradores do produto brasileiro, no acumulado do ano, a China juntamente com Hong Kong vem em primeiro lugar, com 916.938 toneladas importadas, 56,9% do total movimentado pelo país (em 2020 foram 948.224 toneladas). Em segunda posição vem os Estados Unidos que movimentou até aqui 95.759 toneladas, contra 48.773 toneladas no ano passado (aumento de 96,3%). O Chile, que ampliou suas aquisições em 23,1%, passando de 71.512 toneladas no ano passado para 88.062 toneladas em 2021, ocupou a terceira posição. Na quarta colocação, com 51.145 toneladas importadas está o Egito que reduziu suas compras em 54,9% em relação a 2020, quando movimentou 113.304 toneladas. As Filipinas assumiram a quinta posição aumentando suas aquisições em 16,5%, passando de 33.778 toneladas em 2020 para 39.336 toneladas em 2021; os Emirados Árabes ocuparam o sexto lugar, com crescimento de 14,1% na movimentação que passou de 33.811 toneladas no ano passado para 38.575 toneladas neste ano. No total 96 países aumentaram suas compras e outros 71 reduziram suas aquisições.
Impacto do mal da vaca louca nas exportações
Após dois casos confirmados da EBB (Encefalopatia Espongiforme Bovina), conhecida como “mal da vaca louca”, em setembro, em Mato Grosso e em Minas Gerais, a doença que também afeta humanos voltou a assombrar o Brasil na última quinta-feira (11). O Instituto Nacional de Infectologia Evandro Chagas, da Fiocruz (Fundação Osvaldo Cruz), no Rio de Janeiro, notificou dois casos suspeitos da doença. Os pacientes são uma mulher de 59 anos (origem ainda em investigação) e um homem de 55 da cidade de Duque de Caxias.
Os pacientes estão em isolamento no Evandro Chagas de Manguinhos, zona norte do Rio de Janeiro. O homem de 55 anos de Duque de Caxias teve início dos sintomas em agosto deste ano, e a notificação ocorreu dia 29 de outubro pelo Instituto Nacional de Infectologia.
A investigação do caso foi encerrada pela vigilância municipal de Duque de Caxias como quadro de DCJ (Doença de Creutzfeldt-Jakob) esporádica, não possuindo relação com a doença da vaca louca. O paciente segue internado no INI.
A mulher de 59 anos apresentou início dos sintomas também em outubro deste ano e a notificação ocorreu na terça-feira (9), tendo ela sido transferida para o Instituto Nacional de Infectologia nesta tendo ela sido transferida para o Instituto Nacional de Infectologia na quarta. A investigação deste caso segue em andamento para identificar as causas da doença e o local de residência.
Sobre a doença
A doença do mal da vaca louca é degenerativa, atinge o cérebro e não tem cura. Os humanos são infectados com a doença ao consumirem carne bovina contaminada, e, por conta desse risco e dos casos registrados em setembro no Brasil, a China suspendeu há mais de dois meses a importação de carne bovina brasileira.
De acordo com entidades ligadas ao setor de carne bovina no país, o prejuízo deve chegar a US$ 1,8 bilhão até o final do ano. Procurada, a Embaixada da China no Brasil não comentou sobre a suspensão da importação da carne bovina brasileira. O país asiático é o único que suspendeu o consumo após os casos registrados em Mato Grosso e Minas Gerais, e é o maior comprador da carne bovina brasileira, que já teve queda de quase 12% no valor da arroba, atualmente em R$ 273,44, segundo o Cepea (Centro de Estudos Avançados em Economia Aplicada).
As exportações tiveram redução de quase 50% em outubro, em comparação a setembro, segundo a Abrafrigo, entidade que representa os frigoríficos no Brasil, onde o governo federal tem buscado comprovar aos chineses que o problema já passou. As entidades ligadas ao setor de produção de carnes no Brasil, como Abrafrigo e Abriec (Associação Brasileira das Indústrias Exportadoras de Carnes), informaram que não estão se manifestando sobre o embargo da China à carne brasileira .