Dados divulgados pelo Censo Agropecuário revelam a importância do setor na geração de empregos e receitas do Estado.
Da Redação
Em 2017, havia 204.430 pessoas ocupadas nos estabelecimentos agropecuários do Tocantins. Isso representou um aumento de 54.740 de trabalhadores em relação ao Censo anterior, realizado em 2006. Acompanhando a série histórica de informações dos censos agropecuários, o estado revela um movimento contrário a realidade nacional: enquanto o brasil perdeu 1,5 milhões de pessoas ocupadas nestes estabelecimentos, Tocantins aumentou em 36,5% a mão de obra empregada nesse seguimento. Isso mostra uma tendência diferente, acentuada pelas novas fronteiras agropecuárias do Estado.
O campo mostra músculos na economia local. Essas mais de 204 mil pessoas ocupadas em atividades dos estabelecimentos representam 32% de toda a mão de obra ocupada do Estado, que por sua vez alcançou o número do 640 mil, conforme levantamentos do próprio instituto. Os municípios de Araguatins, Porto Nacional e Paranã, despontam na geração de postos de trabalho no setor, gerando respectivamente 6.199; 5.212 e 4808 oportunidades.
Os dados também revelam que a atividade econômica agropecuária que mais utiliza mão de obra é a pecuária, com 176 mil postos de trabalho gerados. Isso representa mais de 86% da força de trabalho utilizada, seguida da produção de lavouras temporárias (soja, milho, algodão por exemplo) e produção florestal. Esse quadro de distribuição de atividades se manteve estável nos últimos 10 anos.
A pecuária e criação de outros animais, sozinha, foi responsável pela geração de receitas quase alcançam o valor de 3 bi (R$2.981.877.000,00) no ano de 2017. Em relação ao brasil, o Tocantins é o 16º estado da federação em números de estabelecimentos dedicados à atividade. O município de Araguatins encabeça o ranking dos municípios tocantinenses com mais estabelecimentos ligados à pecuária ou produção animal com 1355 unidades, seguido pelos municípios de Dois Irmãos (1026) e Formoso do Araguaia (901). Entretanto, quando o assunto é a receita gerada por esses estabelecimentos, os municípios que mais se destacam no estado são Araguaína, Araguaçu e Pau D’arco.
Em relação aos estabelecimentos agropecuários recenseados, ou seja, aqueles cuja produção compunha 50% dos rendimentos do seu responsável, o censo revelou que o estado possui 63.808 unidades. Dessas 45.166 são classificados como “agricultura familiar”, ou seja 70,7% do total, o que demostra a importância do segmento para a economia tocantinense.
A agricultura familiar no estado gera 139.681 postos de trabalho, o que representa 68% da mão de obra empregada na atividade agropecuária, gerando por sua vez receitas da ordem de R$1.130.746.000 em seus diversos segmentos. Araguaína, novamente, destaca-se na geração de receitas oriundas dessas atividades (R$79,2 mi) seguida de Porto Nacional (R$49,5 mi) e Formoso do Araguaia (44,1mi). Na região norte, o Tocantins é o 3º estado que mais destina terras a essa finalidade, com quase 3 mi de hectares.
Quanto a mecanização da atividade, os dados revelam que o número de tratores nos estabelecimentos quase dobrou. Saltou de 9.942 para 18.245, resultado da crescente implementação da tecnologia, principalmente na produção agrícola de larga escala no estado.