Só no mês de setembro a gasolina subiu mais de R$0,40 nas refinarias. Com tantos reajustes, o produto tem sido comercializado em alguns locais do Estado por um preço superior a R$ 5,20.
por Redação
Mas afinal, porque os valores pagos pelos os tocantinenses são tão elevados? Segundo o Sindicato dos Revendedores de Combustíveis do Estado Tocantins (Sindiposto-TO) duas nuances determinam o preço dos combustíveis no Brasil: o valor do barril do petróleo no mercado internacional e a cotação cambial.
“Também é importante falar sobre a altíssima carga tributária imposta sobre os combustíveis, além da nossa logística que influencia no preço final dos produtos. Além disso, se tiver alta do dólar ou do barril, o preço vai subir assim como o inverso também é verdadeiro. O valor dos combustíveis está atrelado a essas duas variáveis”, acrescentou o presidente do Sindiposto-TO, Wilber Silvano.
O representante da entidade lembra que o dólar disparou nos últimos meses e o histórico de altas é constante. Somando-se a flutuação do mercado internacional, há ainda que se levar em conta a crise econômica enfrentada pelo próprio país, que também vive o período eleitoral, com incertezas sobre quem governará no próximo ano.
“A gasolina vem subindo diariamente e nós revendedores compramos esse produto mais caro e somos também impactados por essa alta. Então naturalmente se compramos o produto em alta, esse valor é repassado para o consumidor. Esses aumentos são diários e não temos controle disso. Nós revendedores seguramos até onde é possível, mas depois temos que passar o reajuste”, ressaltou.
Petrobrás
Segundo a Petrobras, o preço do combustível é composto de três variáveis principais: o preço cobrado nas refinarias ou na importação, os impostos estaduais e federais e a margem de comercialização dos distribuidores e postos revendedores.
Desde julho de 2017, a estatal repassa diariamente a variação no preço global do barril incidindo no preço do combustível no mercado interno. Só neste ano, até agora, gasolina e diesel acumulam alta nas bombas de 21,28% e de 18,15%, respectivamente.
Na semana de 06 a 12 de maio, o preço cobrado nas refinarias da Petrobras correspondia a 32% do preço da gasolina e 55% do preço do diesel que o consumidor encontrava na bomba dos postos de combustível, segundo a própria estatal.
Impostos
O valor de impostos pagos em cima do preço do produto também é alto, segundo os empresários do setor. Com um preço médio do litro da gasolina a R$ 5,20, o revendedor paga hoje uma média de 46% em impostos.
Levando em consideração, que deste total, o empresário precisa ainda descontar o valor do custo do combustível (gasolina A e etanol anidro), gastos com transporte, margem de lucro da distribuidora e revenda, além de despesas com funcionários, estrutura e taxa de cartão de crédito.
“Às vezes é muito difícil os comerciantes conseguirem acompanhar a política de preços da Petrobrás. Alguns nem conseguem sobreviver e acabam fechando os estabelecimentos. O empresário nem sempre consegue prever, dentro de sua contabilidade, o faturamento que irá ter dentro das perspectivas em que esse produto será comprado e depois revendido. E muitos estão encerrando as atividades devido a esta crise econômica sem precedentes no Brasil”, ressalta.
Sobre os valores dos combustíveis incidem três tipos de impostos. Um deles é o Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Prestação de Serviços (ICMS) que é estadual. Também entram na arrecadação o Programa de Integração Social – Contribuição para Financiamento da Seguridade Social (PIS/Cofins) e Contribuições de Intervenção no Domínio Econômico (Cide), que variam conforme o tipo de produto.
“No Tocantins, a alíquota do Imposto Sobre Circulação de mercadorias e Serviços (ICMS) que incide sobre o preço da gasolina e etanol é de 29% e sobre o diesel é de 18%. É uma alíquota alta demais, uma das mais altas do país, o que penaliza severamente o empresário da revenda”, enfatiza.