Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica do Tocantins (ABMCJ-TO) considerou como ação “ações intimidatórias” a instauração de sindicância administrativa pelo Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Reginaldo Leandro da Silva, em desfavor a presidente da Associação das Mulheres Policiais do Estado do Tocantins (AMP-TO), Giovanna Cavalcanti, após acusar o comandante de assédio moral e sexual.
por Wesley Silas
A nota da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica do Tocantins (ABMCJ-TO), acontece após o Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, Reginaldo Leandro da Silva ter instaurado na Corregedoria da Polícia Civil uma sindicância administrativa em desfavor a presidente da Associação das Mulheres Policiais do Estado do Tocantins (AMP-TO), Giovanna Cavalcanti, para apurar possível práticas de transgressão disciplinar e a não observância de deveres funcionais.
“Dei uma entrevista dizendo que o Comandante do Corpo de Bombeiros é acusado de assédio moral e sexual, mas não estou formando juízo de valor e sim citando a acusação, logo que a vítima não quis aparecer e me autorizou a falar por ela”, disse a presidente da Associação das Mulheres Policiais do Estado do Tocantins (AMP-TO), Giovanna Cavalcanti ao denunciar na semana passada que estaria sendo perseguida pelo comando do Corpo de Bombeiros do Tocantins. “Estou me sentindo acuada, perseguida e constrangida pelo próprio Comandante”, disse.
Neste domingo, 30, a Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica do Tocantins (ABMCJ-TO), publicou uma nota de repúdio “a atitude do Comando Geral do Corpo de Bombeiros do Estado do Tocantins que, através de ações intimidatórias, tenta impedir que casos de assédio sexual e moral praticados contra policiais femininas da corporação sejam apurados”, disse.
Na nota presidente da ABMCJ/TO, Elaine Noleto Barbosa, diz que “confia e acredita que as autoridades, tanto na esfera administrativa, quanto na esfera judicial, investigarão com rigor os casos de assédio sexual e moral praticados contra as policiais do Corpo de Bombeiros, garantindo-se o contraditório e ampla defesa dos eventuais agressores, pois eis que ninguém, seja de que patente for, está acima da lei”.
NOTA DE REPÚDIO
A Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica do Tocantins (ABMCJ-TO), vem a público declarar que repudia, com veemência, a atitude do Comando Geral do Corpo de Bombeiros do Estado do Tocantins que, através de ações intimidatórias, tenta impedir que casos de assédio sexual e moral praticados contra policiais femininas da corporação sejam apurados.
O Comandante Geral do Corpo de Bombeiros, coronel Reginaldo Leandro da Silva, abriu sindicância administrativa na Corregedoria da Polícia Civil do Estado do Tocantins contra a Presidente da Associação de Mulheres Policiais Civis do Tocantins (AMP/TO), Giovanna Cavalcante Nazareno, depois que ela divulgou na imprensa as denúncias de assédio sexual e moral das vítimas, sendo que uma delas acusa o próprio Comandante Geral do Corpo de Bombeiros.
Conforme Giovanna, os casos concretos de assédio sexual e moral foram notificados à entidade após realização de pesquisa, elaborada por profissionais do meio acadêmico-científico que constatou que 50% das policiais femininas do Corpo de Bombeiros entrevistadas já sofreram algum tipo de assédio sexual.
Sendo o Corpo de Bombeiros uma instituição tão respeitada na sociedade, pelos relevantes serviços prestados e honradez da esmagadora maioria dos seus membros, qualquer atitude de intimidação, advinda do Comando Geral da corporação que tenta impedir o curso das investigações de assédio sexual e moral contra as mulheres que compõem seus quadros, causa profunda indignação na sociedade e à nossa entidade de mulheres que tem como uma das missões combater qualquer tipo de violência contra a mulher.
A ABMCJ/TO confia e acredita que as autoridades, tanto na esfera administrativa, quanto na esfera judicial, investigarão com rigor os casos de assédio sexual e moral praticados contra as policiais do Corpo de Bombeiros, garantindo-se o contraditório e ampla defesa dos eventuais agressores, pois eis que ninguém, seja de que patente for, está acima da lei.
Vale ressaltar que nosso amado Tocantins amarga um dos maiores índices de violência sexual do Brasil, e toda a sociedade deve se envolver no combate à esses crimes que deixam marcas indeléveis no corpo e na alma das vítimas desses delitos atrozes.
É chegada a hora de jogar luz nos porões das instituições públicas, privadas, religiosas ou sem crença, trazendo à tona a prática de crimes sexuais e amparando as vítimas de todas as formas possíveis, para amenizar as chagas deixadas na alma por tamanha crueldade.
Por isso dizemos #metoo, em referência aos recentes casos de assédio descobertos em Hollywood, demonstrando nossa solidariedade às vítimas dos casos de assédio sexual e moral do Corpo de Bombeiros do Estado do Tocantins.
Elaine Noleto Barbosa
Advogada e Presidente da Associação Brasileira das Mulheres de Carreira Jurídica do Tocantins