“Já passou da hora de acabar com o cartel dos bancos no Brasil e de frear as taxas extorsivas cobradas pelas operadoras de cartões de crédito. O Banco Central não pode continuar omisso nesse debate”, ponderou o senador Ataídes (PSDB) ao presidente do BC, Ilan Goldfajn, em audiência pública na Comissão de Assuntos Econômicos do Senado.
por Wesley Silas
Durante debate sobre perspectivas da política monetária da Comissão de Assuntos Econômicos do Senado Federal, o senador Ataídes Oliveira (PSDB) condenou o problema dos juros abusivos nos cartões de crédito no Brasil e pediu ao presidente do BC, Ilan Goldfajn, que tome medida para diminuir a taxa de juros dos cartões de créditos no Brasil ao presidente do BC, Ilan Goldfajn.
“Em 2016 as companhias de cartões de créditos chegaram a cobrar 494% de juros no rotativo ao ano, enquanto a Selic estava 14,25%. Houve aquele acordo com o Banco Central e 2017 chegou o ano com uma taxa de juros, dos cartões de créditos rotativos, 234,6% para uma Selic de 6,5%. Para melhor esclarecimento o Banco Itaú, enquanto a Selic com relação a abril de 2017 e fevereiro de 2018, cresceu 27 vezes a taxa Selic, o Branco do Brasil cresceu 28 vezes, pegando a taxa Selic de fevereiro de 6,5, o Bradesco cresceu 30 vezes a taxa Selic e alguém chamou atenção para o nosso Banco Estatal de Economia Mista, Caixa e Banco do Brasil e a Caixa aumentou 36 vezes a taxa Selic”, comparou o senador. “O Banco Itaú teve um lucro líquido, no ano passado, de 24,6%, nem droga e nem tráfico de armas deu isso no País”, completou o senador e presidente da Comissão de Fiscalização, de Controle e Defesa do Consumidor sobre a “ganância de taxa de juros”. Confira AQUI o histórico das taxas de juros fixadas pelo Copom e evolução da taxa Selic desde o ano de 1996 ao mês de março de 2018.
Sobre as inadimplências e inflação que são dados como justificativa para os juros, o senador lembrou que estão em queda, inclusive com deflação. “Quem usa o cartão rotativo é o pobre e nós sabemos que o rico não usa do cartão rotativo e é bom que se diga que o pobre paga e não dá calote, pois quem dá calote neste país é o rico”, criticou o senador ao justificar a criação de uma CPI para investigar o juros dos cartões de créditos.