Uma mulher com 49 anos, mas, com aparência de pessoas com mais de 60 anos é o retrato do sofrimento de mães de família que levantam de madrugada para colher pequis em Brejinho de Nazaré como comercializar a preço simbólicos nas margens da rodovia, quando se compara a produtos industrializados comercializados nos mercado.
por Wesley Silas
Dona Deuzina Alves dos Reis, 49 anos, levanta por volta das 5h da manhã para colher frutos de pequis na zona rural de Brejinho de Nazaré. Ela relata que por dia consegue encher três sacos de pequis que pesam, em média de 26 quilos cada, o equivalente a 262 pequis, e comercializam pelo preço de R$ 15,00 a saca, ou seja, quando conseguem ter êxito nas vendas elas conseguem arrecada R$ 45,00 na comercialização de 78 quilos de pequi.
“A gente começa a catar de madrugada e pegamos um carocinho aqui e outro ali”, disse dona Deuzina.
O fruto do pequi faz parte da cultura da gastronomia de Goiás e do Tocantins , e até mesmo Europo com preços comercializados em Euros e o sucesso pela busca dos sabores do fruto tem despertado o segmento do turismo por fazer parte do gosto do trade turístico. Um dos exemplos é 1º Festival de Pequi e Buriti que acontece neste final de semana em Porto Nacional onde os moradores da região e turistas atraídos pelo paladar estão experimentando pratos como Marizabel com Pequi, Frango caipira com pequi e pastel com pequi.
Indicadores
Observando a Síntese de Indicadores Sociais (SIS) divulgada pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) publicado no dia 07 deste mês, boa parte deste catadores extrativistas do fruto de cerrado, fazem parte desta infeliz estatística que mostra 102 mil pessoas vivendo abaixo da linha de extrema pobreza no Estado.
Projeto de agroindústria
Em junho deste ano o Governo do Tocantins por meio de uma parceria com Organização das Cooperativas do Brasil (OCB), e a empresa Naturale, chegaram a anunciar a implantação de um projeto agroindústria para o processamento do pequi nos municípios de Brejinho de Nazaré e Guaraí. Porém, na cidade de Brejinho de Nazaré o cenário ainda continua o mesmo com famílias na nas margens da rodovia que liga Brejinho a Aliança tentando comercializar o fruto do cerrado, como o exemplo citado da senhora Deuzina dos Reis.
Em um mercado de Gurupi a reportagem do Portal Atitude pesquisou e verificou que uma compota com 260 gramas de pequi drenado custa R$ 16,99. Vale lembrar que na industrialização deste produto do cerrado são usados apenas um vidro esterilizado e adicionado água, vinagre e sal. Já o creme de pequi com 185 gramas é comercializado a R$ 9,29 e sua alquimia é simples, pois consta em seu ingrediente apenas água, pequi, pimenta, sal, goma xantana, ácido cítrico e benzoato de sódio.
Para o secretário de Agricultura, Pecuária e Aquicultura (SEAGRO), César Halum o Estado do Tocantins está reorganizando por meio da SETAS e da Agência de Fomento para financiar os equipamentos para os extrativistas industrializar com parceria do técnicos do Ruraltins especializados em extensão rural e, na sua fala, de forma pragmática, o sucesso só será alcançado com a conquista de crédito para implantação.
“Tenho conversado muito com a OCB e o nosso projeto é com a agricultura familiar nos assentamentos que temos colocado agroindústrias e para isso estamos viabilizando orçamento e para o ano que bem por meio de emendas ou de outros recursos que estamos canalizando vamos conseguir fazer isto. Neste ano conseguimos viabilizar mais de 40 agroindústrias no Estado com serviços de inspeção municipal, estadual e estamos avançando”, disse Halum.
Para o secretário, a sua equipe tem atuado em defesa do fomento do pequi e uma das ações foi o desenvolvimento de um tempero a base de pequi que tem tido bons resultados.
“Tem muitas coisas que devemos fazer para estimular o pequi e já mandamos produzir mudas de pequi na Agrotins e onde está havendo avanço da agricultura no cerrado a gente repõe os pés de pequis que estão sendo derrubando no processo do avanço da agricultura com e reposição com as mudas de pequi. Este é um programa que vamos lançar daqui alguns meses”, disse Halum.
Na conclusão do Secretário, o problema enfrentado pela famílias envolvidas no extrativismo do pequi tem como parceiro do Ruraltins que tem um escritório em Brejinho de Nazaré voltado para resolver demandas neste porte.
“As pessoas precisam de oportunidade e a gente precisa criar estas oportunidades e se precisar de formar uma equipe para ensinar a desenvolver técnica com tempero de pequi e outras variedade estamos pronto para isso; mas os escritórios do Ruratins no Estado é para fazer este tipo de coisa”, concluiu o Secretário.