Entre os meses de outubro e o início de março 37 pessoas foram mortas em Gurupi. Em comparativo com a média nacional publicada no Atlas da Violência 2017, Gurupi poderá fechar 12 meses com 88,8 homicídios por 84 mil habitantes, enquanto a média nacional foi de 28,9 homicídios por 100 mil habitantes. Vale lembrar que os dados do Atlas da Violência 2017, teve o ano de 2015 como base.
por Wesley Silas
O levantamento feito pela Televisão Anhanguera assusta ao mostrar que nos últimos cinco meses Gurupi teve média de 7,4 homicídio por mês, uma média de 88,8 pessoas para 84 mil habitantes, enquanto a média nacional é de 28,9 e a do Tocantins é de 33,2 homicídios por 100 mil habitantes. Palmas (TO) teve 35,9 homicídios por 100 mil habitantes e Araguaína teve 61,7 homicídios por 100 mil habitantes, alcançando a 268º na avaliação dos 304 municípios brasileiros com mais de 100 mil habitantes.
Apesar de ainda não fazer parte dos municípios com mais de 100 mil habitantes, se for levar em conta os 12 meses e este número não for estancado, Gurupi corre o sério risco entre as cidades mais violentas do Brasil.
Os extremos
Conforme o Atlas da Violência 2017, a cidade mais pacífica do Brasil foi Jaraguá do Sul (SC) teve 3,1 homicídios por 100 habitantes. Enquanto a cidade mais violenta do Brasil foi Altamira (PA) com taxa de homicídio de 105,2 por 100 habitantes. O estado do Rio de Janeiro que passa por uma intervenção federal teve 30,6 homicídios por 100 mil habitantes.
A publicação do Atlas da Violência 2017 foi feita em parceria entre o Instituto de Pesquisa Econômica Aplicada (Ipea) e o Fórum Brasileiro de Segurança Pública (FBSP) e as informações foram alicerçadas nos dados do Sistema de Informação sobre Mortalidade (SIM), do Ministério da Saúde, que levou informações sobre incidentes até ano de 2015.
“O perfil típico das vítimas fatais permanece o mesmo: homens, jovens, negros e com baixa escolaridade”, apontou a conclusão do Atlas da Violência ao abordar o homicídio como 47,8% das causas dos óbitos da juventude masculina com idade entre 15 a 29 anos, e se considerar apenas os homens entre 15 a 19 anos, esse indicador atinge a incrível marca dos 53,8%.
O estudo aponta ainda que desde 1980 está em curso no país um processo gradativo de vitimização letal da juventude, em que os mortos são jovens cada vez mais jovens.
“É um filme que se repete há décadas e que escancara a nossa irracionalidade social. Não se investe adequadamente na educação infantil (a fase mais importante do desenvolvimento humano). Relega-se à criança e ao jovem em condição de vulnerabilidade social um processo de crescimento pessoal sem a devida supervisão e orientação e uma escola de má qualidade, que não diz respeito aos interesses e valores desses indivíduos. Quando o mesmo se rebela ou é expulso da escola (como um produto não conforme numa produção fabril), faltam motivos para uma aderência e concordância deste aos valores sociais vigentes e sobram incentivos em favor de uma trajetória de delinquência e crime”, aponta o Atlas da Violência.