O valor de R$ 435.822,11 na contratação da empresa FVF Engenharia EIRELI para prestação de serviço de acompanhamento, supervisão, fiscalização, elaboração de medições e fiscalização de contrato da construção do prédio da Câmara de Gurupi foi questionados pelo vice-presidente da AESTO – Associação dos Engenheiros do Sul do Tocantins, engenheiro Sênior Evaldo Rego. Ao Portal Atitude, o representante da empresa FVF garante que o preço cobrado está em conformidade a tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI). Confira:
por Wesley Silas
Documentos enviados ao Portal Atitude por um dos 13 vereadores que pediu para não ter o seu nome divulgado, mostra o resultado de julgamento da Proposta de Preços para contratação de empresa especializada para acompanhar, supervisionar, fiscalizar, elaborar medições e fiscalização do contrato que teve como vencedora FVF Engenharia Eireli-ME no valor de R$ 435.822,11.
Segundo o vice-presidente da AESTO – Associação dos Engenheiros do Sul do Tocantins, engenheiro Sênior Evaldo Rego, o valor [R$ 435.822,11]cobrado pela empresa FVF Engenharia EIRELI suscita dúvidas, caso for seguir os parâmetros adotados pelo Governo Federal e TCU. Segundo Evaldo Rego, a Caixa Econômica Federal faz além deste serviços e cobra 2,5% do valor da obra para gerenciamento, o que representaria aproximadamente R$ 170 mil.
“Isso ai não é gerenciamento porque o gerenciamento contempla fazer análise de todos os projetos, análise do memorial descritivo, da especificação técnica, da planilha orçamentária, análise do cronograma físico financeiro e depois faz aferição da obra para fazer o pagamento. Ou seja, contempla mais atividades do que este ai. O que eu vi nada mais é do que fiscalização que é emitir uma medicação em planilha de Excel com grau de simplicidade em que qualquer profissional que esteja neste universo consegue é capaz de fazer isso porque é uma coisa básica corriqueira”, disse o engenheiro.
O presidente da Câmara, Wendel Gomides, explicou que o procedimento ocorreu dentro da legalidade e teve 06 empresas participaram da concorrência. “Na tabela tem o preço do Governo Federal que norteia o procedimento e prevê contratação de engenheiros elétricos, mecânico e engenheiros civis. Hoje a tabela do Governo Federal prevê salário de R$ 18 mil por engenheiro. Então são vários profissionais e todos os documentos estão disponíveis na Câmara”, disse.
Wendel encaminhou à reportagem áudios de um representante da empresa, situada no Jardim América em Goiânia (GO). Nele uma pessoa que não divulgou o nome justifica que a Caixa Econômica: “não manda engenheiros mecânicos e Elétricos; aliás a Caixa Econômica não tem nenhum engenheiro registrado no Conselho para fazer a fiscalização. Se você for em qualquer obra da Caixa os engenheiros dela só vão na obra fazer medição e eles não têm RT de fiscalização”, disse. Em seguida completou: “Na verdade eles não orientam, não fiscalizam e passam dentro da obra só levantando dados para fazer medição e essa composição que nós fizemos tem técnico de segurança do trabalho que vai visitar a obra, tem o engenheiro mecânico que vai acompanhar a obra na montagem do elevador, o engenheiro eletricista que vai fiscalizar a obra e tudo vai ter ART, enquanto a Caixa não tem nenhum técnico que anota e isso é a maior briga do CREA. Eles fazem fiscalização só de medição e de forma ilegal”, disse o representante da obra.
Ele defendeu ainda que os valores das horas cobradas de acompanhamento da obra atendem a tabela do Sistema Nacional de Pesquisa de Custos e Índices da Construção Civil (SINAPI). “A quantidade de horas previstas é que os trabalhos não envolvem apenas visita no local, envolvem também o tempo que o engenheiro gasta para fazer a medição, relatório, estudos e não é só tempo gasto dentro da obra. Outra coisa é o prazo porque estamos falando de uma obra de quase R$ 8 milhões que vai gastar um prazo de 18 meses”, completou.