Os incentivos do governo do Estado, em parceria com o governo federal, têm contribuído para fortalecer a produção e o consumo de pescado no Tocantins. A expectativa é que a cultura aumente com a instalação de tanques rede, que deverão beneficiar, inicialmente, cerca de 250 produtores no Estado
Enquanto em 2012 foram produzidos cerca de 10 mil toneladas de pescado, em 2013 a produção chegou a 12 mil toneladas, movimentando mais de R$ 200 milhões. Para este ano, a expectativa é de chegar a 15 mil toneladas. Segundo o diretor de pesca do Instituto de Desenvolvimento Rural do Tocantins (Ruraltins), Alexandre Godinho, em 2013 a produção já era 100 vezes maior que em 1995, quando foi realizado o primeiro levantamento sobre o volume de pescado produzido no Estado, que era de cerca de 120 toneladas.
O diretor ainda explicou que metade do pescado tocantinense é consumido no próprio Estado, enquanto o restante abastece estados como São Paulo, Rio de Janeiro, Distrito Federal, Minas Gerais, Goiás, Maranhão e Pará. “A busca por carne magra é uma tendência mundial e a procura por carne de peixe, rica em cálcio e fósforo, tem crescido não só aqui no Estado, onde pelo menos 50% do que é produzido e consumido, mas em todo mundo, sendo a cadeia produtiva que mais fomenta o agronegócio, superando a do frango e da carne bovina”, afirmou.
Para garantir esse importante produto na mesa do tocantinense, o governo tem dado apoio técnico aos produtores para que possam alavancar cada vez mais o setor, como garante Godinho. “O sudeste é destaque na produção, região onde estão instalados dois grandes frigoríficos voltados para o processamento do pescado e que estão localizados estrategicamente próximos ao município de Almas, onde estão concentrados os maiores produtores do Estado”, comentou, lembrando que o Instituto de Desenvolvimento Rural está presente auxiliando os produtores em suas demandas em todo Tocantins.
Tanques Rede
Alexandre Godinho explicou que atualmente cinco parques, com uma área total de 144 hectares e capacidade de produção de 22 mil toneladas de peixe por ano, foram licitados e autorizados pelo Instituto Natureza do Tocantins (Naturatins). A expectativa é que eles gerem 1,9 mil empregos diretos, resultando em uma movimentação financeira de cerca de R$ 500 milhões por ano. “Dos cinco parques aquícolas autorizados, apenas um é área onerosa, ou seja, paga, no parque Santa Luzia 4, no município de Porto Nacional. Os outros quatro, não onerosos, voltados para estimular a geração de renda entre os pequenos produtores são o Brejinho 1, localizado no município de Brejinho de Nazaré; Brejinho 2, em Ipueiras; Miracema/Lajeado, mais próximo a cidade de Lajeado; e Sucupira, em Palmas”, explicou.
Segundo o diretor de pesca do Ruraltins, quando estiverem funcionando os parques devem contribuir para o fortalecimento do setor aquícola no Tocantins. “Como a instalação dos tanques redes é muito mais rápida que a de viveiros, por exemplo, a nossa expectativa é que setor avance com muito mais rapidez e celeridade daqui para frente”, avaliou.
Semana Santa
Com a chegada da Semana Santa, tradicionalmente o consumo de pescado em todo país aumenta. No Tocantins as espécies mais procuradas são o tambaqui, o piau, bem como a caranha e o surubim, conforme destacou o diretor de pesca do Ruraltins. “Outra espécie que também se adaptou muito bem ao clima do Estado e chegou para ficar, atendendo a um nicho de mercado mais exigente, a preços menos populares, é o pirarucu”, finalizou.