“Para as pessoas públicas é o pior tempo pra suas vidas. Se pegar na mão de A, e abraçar B, é porque já é oposição a A, e cabo eleitoral de B. De que lado você está? Não se esqueça, em respeito ao direito de escolha, continue do lado das pessoas. Cada pessoa vale mais do que a sigla que está em seu peito”. Pe. Marcos Aurélio R. Alves.
por Pe. Marcos Aurélio R. Alves *
Há poucos dias, na Inauguração de uma Igreja, em minha terra natal, vi um grupo de pessoas abrirem as pernas pra diminuir o espaço do banco da Igreja, que, se usado com delicadeza, seria o suficiente pra outra pessoa sentar-se. Uma atitude indelicada para qualquer pessoa, muito mais para quem estava numa missa!
Tudo isso acontecia em plena a missa porque a pessoa que estava de pé era o prefeito da cidade. Eu pensei comigo e sorrindo comentei com o outro padre que estava do meu lado: estamos novamente em campanha, a Igreja já começa ser dividida pelas siglas partidárias.
É bem verdade que ele poderia participar da missa de pé, como de fato participou, mas também é verdade que cada um deve fazer a sua parte, independente de quem seja.
Infelizmente é assim, o que não deveria o ser! Sirvo-me do exemplo da minha própria Terra, pra dizer-lhe do que não é diferente em outros lugares. No tempo entre a partida e a chegada, as pessoas passam a serem vistas, acolhidas ou excluídas, a partir de uma sigla.
Para as pessoas públicas é o pior tempo pra suas vidas. Se pegar na mão de A, e abraçar B, é porque já é oposição a A, e cabo eleitoral de B. De que lado você está? Não se esqueça, em respeito ao direito de escolha, continue do lado das pessoas. Cada pessoa vale mais do que a sigla que está em seu peito. E quem foi que lhe disse que a sua escolha é a melhor, para que todos a tomem para si?
- Pe. Marcos Aurélio R. Alves – É pároco da Igreja Nossa Senhora da Abadia, tem Licenciatura em Filosofia e é Bacharel em Teologia