Depois da repercussão da publicação de um vídeo com diversos peixes mortos por um pescador da cidade de Dueré, os agricultores da fazenda Xavante, localizada no município de Dueré, onde ocorreu o fato, falaram ao Portal Atitude que são vítimas de chantagens do denunciante que pratica criminosamente pesca predatória na região. “Na hora que não tiver água nenhuma, vai morrer tudo. Nos outros anos não dava nem para chegar perto devido ao mau cheiro de peixes mortos”, disse um dos agricultores ouvido pelo Portal Atitude. Ele acredita que o impacto da falta de água poderá levar a morte de mais de 30 toneladas de peixes.
por Wesley Silas
No vídeo (veja abaixo) o pescador, que não teve o nome divulgado, mostrar uma grande quantidade de peixes de várias espécies mortos no lago Morto. “Gente estou abismado com a mortandade de peixes aqui no Rio Morto. Depois de um ano que venho aqui pescar, assim meio escondido né, ai estou vendo este estrago na natureza. O castigo que Deus está dando por causa da ‘sovineza’ que Deus está dando porque o gerente da fazenda fica proibindo os outros de pescar e pegar um peixinho para comer. Aqui é o descaso com a natureza”, disse o pescador.
No entanto, os produtores rurais alegam que as mortes dos peixes na Fazenda Xavante acontece, praticamente, todos os anos devido a falta de oxigênio na água. Para o gerente fazenda, Luiz Antônio, disse que foi até no escritório do Naturatins na Lagoa da Confusão para explicar a denúncia do pescador.
“Aquele lago fica a 1.500 metros da irrigação, totalmente fora da área e não é lago que a gente saca a água. Por exemplo nós temos estação de bombeamento nos Rios Xavante e Formoso e neste lago ano sim e ano não morre peixes e este cara que denunciou vive de pesca e eu não deixei ele pescar e ele quis nos prejudicar. Qualquer um que for em Dueré e pesquisar com as pessoas antigas, todos sabem que o nome do circuito das águas de lá tem o nome de Lago Morto porque todos os anos seca e morre os peixes, principalmente no dias nublados no início do mês de agosto morre todos os peixes de escamas e só ficam as traíras e os piroscas”, disse o gerente da fazenda Luiz Antônio.
Ele alega que o pescador entra escondido na propriedade divido ele praticar pesca predatória.
“Tanto é que ele postou que ele entra escondido. Realmente ele entra escondido porque ele vive de pescaria e não deixamos ele pescar. Isso é uma coisa que acontece, praticamente, todos os anos e agente salva os piroscas e tem uma época que eles roubaram 22 peixes e uma canoa nossa que estava lá”, disse Luiz Antônio.
Conforme o gerente os pescadores colocam em risco até mesmo a segurança de uma pista de avião da fazenda.
“Estes dias eles entraram com uma camionete pela pista de avião no momento em que um avião estava aterrissando e por pouco não aconteceu um acidente feio”, disse o gerente. “O Naturatins e o IBAMA conhecem o sistema lá e já houveram denúncias e o IBAMA teve um grande trabalho e fizeram análise de água que não acusou nada. Vou ter que mover um processo contra este cara”, disse Luiz Antônio.
Segundo o gerente o pescador que denunciou se chapa Galvão e que a fazenda têm todas as licenças ambientais como outorga. “Tudo que precisa nós temos”, disse.
Já o agricultor Worley alega que quando as lavouras estão sendo irrigadas os peixes se mantêm vivos devido a oxigenação da água e por isso ele justificação que não há crime ambiental. “Lá no Lago Morto falta oxigênio e quando está irrigando os peixe se mantêm vivos. Lá tem peixe demais, pois o lago recebe os peixes de toda a região e na hora que a gente parar de irrigar dentro da Xavante eu acredito que irá morrer entre 40 a 50 toneladas de peixes. Este ano morreu pouca coisa, mas futuramente, ou seja, daqui um mês a dois meses e meio, na hora que não tiver água nenhuma, vai morrer tudo. Nos outros anos não dava nem para chegar perto devido ao mau cheiro de peixes mortos. Não existe crime ambiental porque na hora que paramos de irrigar faltará água no lago e vai morrer muito peixe”, disse Worley.
Nesta semana o juiz titular da Comarca de Cristalândia, Wellington Magalhães, determinou a suspensão de captações de água nos Rios Dueré e Xavante até que o nível desses corpos hídricos atinja o permitido para captação segundo o Plano do Biênio (2018/2019), ou mediante apresentação de estudo de viabilidade técnica devidamente justificado por responsável técnico habilitado e com conhecimento do Comitê da Bacia Hidrográfica.
Conforme o gerencia regional do Naturatins, o órgão está tomando de forma “urgente e emergente” todas as providências para apurar as denúncias e somente após avaliação técnica e análise da água e dos peixes mortos que apontará os motivos que levaram as mortes dos peixes é que o órgão irá se manifestar oficialmente.