Por Wesley Silas
Em Vila Quixaba, distrito de Peixe, mães e servidores da educação municipal estão em protesto contra o fechamento da Escola Olavo Bilac. O possível encerramento das atividades desta escola obrigaria estudantes da Educação Infantil, a partir dos 4 anos, até alunos do 9º ano do Ensino Fundamental, com idades entre 13 e 15 anos ou mais, a percorrerem até 42 km para frequentar outra instituição na cidade de Peixe. Para alguns, que vivem em assentamentos, esse trajeto pode chegar a 57 km.
Pais de alunos relatam a carência de estrutura básica nas escolas, como a indisponibilidade de materiais de higiene e limpeza. Há também reclamações sobre a qualidade da merenda escolar, com estudantes precisando recorrer a alimentos alternativos, como manga, devido à escassez alimentar. Merendeiras frequentemente precisam buscar doações na comunidade para complementar a alimentação dos alunos.
Auriléia Ferreira da Silva destaca preocupações além do acesso: seu filho especial de 11 anos, que tem Transtorno do Espectro Autista (TEA), necessita de acompanhamento regular com medicamentos controlados, especialmente em momentos de crise.
A falta de diálogo da Prefeitura é outra crítica constante. Suellen Lima, mãe de uma menina de cinco anos na educação infantil, lamenta que a Prefeitura não tenha consultado a comunidade local antes de decidir fechar a escola. Ela e outros pais estão preocupados com o risco e o desconforto de suas crianças viajarem grandes distâncias diariamente no mesmo ônibus de alunos mais velhos.
Luana Aires, outra residente, reforçou essa crítica, relatando que o prefeito Cezinha, em um encontro recente, não demonstrou abertura para diálogo antes de formalizar a decisão de encerrar as atividades da escola local.
A situação preocupa também os professores da rede municipal de Peixe, que enfrentam uma remuneração reduzida, em desacordo com o piso salarial estabelecido pelo Ministério da Educação em R$ 4.580,57. A falta de incentivos e condições adequadas nas escolas afeta diretamente a qualidade do ensino.
A Prefeitura propõe transferir os alunos para uma nova escola em regime de tempo integral, que poderá receber cerca de R$ 7 mil anuais por aluno para manutenção. No entanto, a comunidade de Vila Quixaba destaca a necessidade de garantir a qualidade e acessibilidade do ensino para todas as crianças, respeitando o direito à educação básica de forma justa e equitativa.