da redação
A raiva humana é uma infecção viral grave e quase sempre fatal que atinge o sistema nervoso central, sendo transmitida por animais infectados, entre eles cães, gatos, raposas, macacos e morcegos. Nesta semana, a Secretaria de Estado da Saúde do Tocantins (SES) confirmou um caso de raiva humana na cidade de Alvorada, na região sul do estado. O paciente, um homem de 50 anos, está internado e sendo tratado no Hospital Regional de Gurupi (HRG), enquanto o governo toma medidas para conter a disseminação da doença.
O que é a raiva?
A raiva é uma doença zoonótica, ou seja, transmitida de animais para humanos. Ela é causada pelo vírus da família Rhabdoviridae, gênero Lyssavirus, que ataca diretamente o sistema nervoso. Nos humanos, a raiva é quase sempre fatal quando os sintomas se manifestam, o que torna a prevenção e a vacinação essenciais.
Como ocorre a transmissão?
A infecção se dá geralmente pela saliva do animal infectado, que pode entrar no corpo humano por meio de mordidas ou arranhões. No caso dos morcegos, o risco está tanto na mordida quanto no contato com secreções. Além de serem portadores do vírus, morcegos podem morder pessoas e animais domésticos durante a noite, sem que a vítima perceba, especialmente em regiões onde eles têm grande concentração.
A variante AgV 3, uma das cepas do vírus associada aos morcegos, é altamente virulenta e tem sido responsável por infecções humanas e animais na América Latina. No Brasil, casos de raiva humana transmitida diretamente por morcegos têm sido confirmados em várias regiões, levando a um aumento na vigilância e campanhas de vacinação.
Sintomas da raiva humana
Após o contágio, o vírus se instala no sistema nervoso e pode levar semanas ou meses para apresentar os primeiros sintomas. Quando aparecem, os sintomas incluem:
- Febre e dor de cabeça
- Sensação de formigamento ou dor no local da mordida
- Ansiedade e confusão mental
- Espasmos musculares e dificuldade para engolir (hidrofobia)
Na fase avançada, a raiva causa convulsões, paralisia e, eventualmente, coma e morte. Uma vez que os sintomas surgem, a doença é considerada quase sempre fatal.
Tratamento e prevenção
A profilaxia pós-exposição é o tratamento padrão para quem sofre uma mordida de animal potencialmente infectado. Ela inclui uma série de vacinas antirrábicas e, em alguns casos, a administração de imunoglobulina, que oferece proteção imediata contra o vírus. A vacinação antirrábica preventiva também é recomendada para pessoas em profissões de risco, como veterinários e tratadores de animais.
No caso de suspeita de contato com morcegos, é fundamental buscar atendimento médico imediatamente. A raiva pode ser prevenida com vacina, e campanhas de imunização animal e humana são as principais estratégias para controle da doença em áreas afetadas.
Diante do caso, a SES enviará vacinas extras ao município de Alvorada para intensificar a imunização da população local, especialmente em áreas com maior presença de morcegos, conhecidos vetores da doença.
Para controlar a transmissão, uma equipe de técnicos da SES e da Agência de Defesa Agropecuária do Tocantins (Adapec) foi para Alvorada nesta sexta-feira (01º). A missão inclui a coleta de amostras de animais e a captação de espécimes suspeitos de contaminação.