Convidada a assistir apresentação de roda de capoeira do grupo “Cristo Vive”, a secretária estadual de Defesa e Proteção Social (Sedeps), Gleidy Braga, esteve na manhã de hoje, dia 15, na Casa de Prisão Provisória de Palmas (CPPP), onde 30 presos em regime fechado e provisório, dirigidos pelo ex-detento Antônio José Ribeiro da Silva, 39 anos, o mestre “Parafuso”, cantaram hinos enquanto gingavam na coreografia do jogo.
A atividade lúdica refletia o prazer que cada um demonstrava através da dança, como disse Cláudio Fernandes Ribeiro, de 24 anos e preso por furto:”Estou satisfeito em pagar pelo que fiz, mas minha vida já mudou”. Na rotina de visitas às unidades presionais do Estado, Gleidy já esteve no Centro Norte e no Bico do Papagaio e deve, em breve, estar na região Sudeste.

Ela defende os direitos dos aprisionados a acesso a atividades esportivas, culturais e de lazer como de suma importância, bem como enfatiza que iniciativas como a capoeira, associada à evangelização dentros dos presídios, resultam em pacificação dentro de uma unidade e direcionam à nova visão do mundo e de comportamento para quem está privado de liberdade.
Segundo o diretor de Administração e Infraestrutura Penitenciária e Prisional da secretaria, Darlan Rodrigues Correa, todos os presos podem aderir à prática da capoeira e ao grupo, sem distinções, e isso vem contribuindo para a ressocialização dos detentos.
Com mais de cinco anos funcionando na CPPP, o projeto contempla 150 presos dos pavilhões A e B, dirigido pelo hoje pastor Antonio, mentor da Igreja Prisioneiros de Cristo, vertente evangélica que atua dentro e fora dos presídios na Capital. Emocionado, dirige cultos e rodas de capoeira, e em suas orações agradece a possibilidade do resgate do caráter dos cidadãos aprisionados que, “aliados à religião, implantam a paz e a reflexão sobre os erros cometidos”.
Gleidy Braga socializou com os capoeiristas sua satisfação em receber o mestre Parafuso no gabinete da secretaria, ouvir as solicitações e analisar junto com a equipe como trabalhar nas soluções em benefícios dos presos da CPPP. Para ela, o conhecimento direto das unidades prisionais propicia entender os desafios desta política pública. No encontro com o grupo dentro das dependências da CPPP, a secretária também entrou em contato com a Umanizzare, empresa responsável pela gestão da unidade, que deve entregar novos uniformes ao grupo de capoeiristas.
Capoeira
O ex-detento “Parafuso”, antes de ser preso era professor de capoeira. Na CPPP, ele decidiu compartilhar a atividade esportiva com outros presos. Ele comenta que tão logo começou a realizar rodas de capoeiras, a adesão dos colegas presos foi grande. “Até daqueles considerados mais perigosos”, lembra. “Tudo é possível naquele que crê”. É por meio dessa frase que ele justifica sua redenção ao evangelho e o estímulo que dá aos atuais presos na busca por um novo caminho, longe das drogas e do crime.