O documentário “Os Krahôs” que mostras as riquezas e conta as histórias, rituais, cultura de um povo do nordeste tocantinense está sendo arquitetada numa produção independente dirigido por Raphael Muller, repórter aventureiro e seu amigo de expedição, Diostkan Lima, diretor de imagens e dono de uma produtora independente.
por Wesley Silas
De acordo com o produtor, Raphael Muller, o material não tem fins lucrativos e em breve estará disponível nas redes sociais. Para ele, a gravação do documentário é uma nova experiência e uma honra de fazer a sua parte em levar a história dos remanescentes às pessoas que ainda não os conhecem.
“Esses povos têm uma cultura rica e uma história de luta pela sobrevivência e mantêm rituais e festas com uma forte ligação com o seu passado”.
Segundo Raphael Muller, a ideia surgiu durante uma campanha política em que ele e Diostkan visitaram Itacajá, ocasião em que conheceram alguma tribos e tiveram a oportunidade de ver, ouvir e conhecer a rica cultura dos índios Krahôs. Para ele, o documentário propõe mostrar às pessoas oportunidade de conhecer as riquezas de valores culturais, de afeto, de informação, inteligência natural e o amor deste povo indígena.
“Começamos a gravar no dia 24 de Julho de 2016, neste percurso, tivemos problema com o material, pois havíamos perdido parte dele; mas, graças a Deus recuperamos. Em fase de produção, iremos voltar na aldeia para recuperar algumas falas e complementar ainda mais esse documento digital”, disse Raphael.
“É um pedaço do Brasil que poucos conhecem, trata-se de uma reserva com a maior área de cerrados inteiramente preservada do país e merece toda atenção e divulgação. Estou muito feliz em está tirar o projeto do papel, para isso tenho passado noites e noites em claro escrevendo roteiros, assistindo filmes e dedicando, ao máximo, para que de forma resumida, possamos mostrar com emoção cada detalhe desse povo guerreiro que registrou em suas mentes um passado doloroso, onde muitos foram mortos em massacres por fazendeiros”, completa.
Os produtores do documentário consideram que uma contribuição fundamental para a percepção dos sentimentos antigos dos povos, são os projetos de educação para formação de professores bilíngues.
“No Tocantins, o Governo do Estado está qualificando professores das escolas nas aldeias, visando ensinar crianças e jovens a escrever e ler na própria língua, possibilitando o resgate da historia oral dos povos indígenas e a valorização de sua cultura e tradição. Já são 61 escolas atendendo 2.269 alunos”, descreve.
Sobre a data do lançamento, Raphael disse que ainda não tem previsões, mas em breve o público terá uma surpresa e revelou que o processo de gravação está na fase final e que parte do material já se encontra na ilha de edição.
“Um Trailer foi lançado para que o espectador tenha uma noção básica de como ficará esse documentário apaixonante”. Disse. Confira abaixo o Trailer:
Sobre Os Krahôs
Nos seus dois séculos de contato com os brancos, os Krahô têm vivido reviravoltas e inversões de situação: ora aliados dos fazendeiros, ora por estes massacrados em 1940; nos anos 50 seguiram um profeta que prometia transformá-los em civilizados e em 1986 empenharam-se em uma reivindicação que implicava justamente no oposto, na sua afirmação étnica: foram em 1986 ao Museu Paulista, em busca da recuperação do machado semilunar, caro a suas tradições.
Assíduos viajantes às grandes cidades, cujas ruas e autoridades conhecem melhor que os sertanejos que os cercam, com freqüência telefonam a seus esquivos amigos urbanos a pedir miçangas, tecidos e reses para abate, indispensáveis à execução de seus ritos.
Os Krahôs é uma mostra que os povos indígenas do Tocantins têm uma organização social e política própria que lhes sustenta, correspondendo a um processa de crescimento. (Matéria atualizada às 15h 20min.)