“Fiquei sabendo por amigos comuns, nesta manhã de sábado, que a professora, poeta e integrante da Academia Tocantinense de Letras, Zefinha Louça, nascida Josefa Louça Trindade, em 07/12/1928, em Dianópolis, faleceu distante do Tocantins, em Macapá, onde residia nos últimos anos, cuidada por parentes”, Gilberto Correia.
Gilberto Correia
Perda irreparável para todos nós que militamos na educação e cultura. Nesses 30 anos de residência em Gurupi, sempre tive na figura de Zefinha, uma dama, uma humanista, escritora apaixonada pela vida e pelas viagens empreendidas e que resultaram em histórias e “estórias”, contadas em vários livros.
Quantas reuniões realizadas em sua residência, com muita cultura, literatura e muitas declamações de poesias embaladas pelos amigos e amigas das artes, sempre com a fidalguia e coragem desta mulher guerreira, que fez história na Educação gurupiense, tão menosprezada pelos políticos, muitos deles formados pelas mãos da nossa Zefinha Louça.
Em abril de 2012, foi homenageada na abertura da Flit – Feira Literária Internacional do Tocantins, edição Gurupi, com todos os méritos, pela carreira, pela forma lúdica e sempre amável com que tratava a vida e as pessoas.
De luto a Família Louça, de tudo os amigos, de luto os companheiros e companheiras de jornada dessa mulher guerreira, que fez da educação e da poesia a sua arma de lutar e melhorar a vida das pessoas e a partir da sua aldeia, o “mundo” todo.
Vá em paz Josefa Louça Trindade, ou simplesmente Zefinha Louça.
Na condição de confrade da Academia Tocantinense de Letras, mas especialmente da condição de amigo que fui, “classificado” por ela, solicito aos que com ela conviveram, que não deixem o legado dela e nem a sua memória cair no esquecimento.
Parafraseando Castro Alves, que afirmara ‘Quem semeia livros, faz o povo pensar”, então que estejamos sempre falando, lendo, divulgando os textos e livros de Zefinha Louça, para que ela permaneça viva no coletivo e no imaginário, especialmente para que Gurupi não perca a referência e quem foi Zefinha Louça na história desta cidade e do próprio Tocantins em seu trabalho pela educação e cultura.
Zefinha Vive. Zefinha Presente!
E tal qual o poema abaixo, a nossa escritora, professora, acadêmica e professora segue para novas “galáxias”, mansa e tranquilamente………..
RISOS E RUGAS
Uma parte de mim é feita
de lembranças
a outra vive no espelho
dos sonhos plásticos que
me suavizam as rugas do rosto,
marcas das alegrias e das dores
por mim vividas.
Na esperança de continuar sorrindo
o resto do tempo que ainda me resta
pra viver
Não obstante os olhos baços
e os ouvidos tardos,
de fronte erguida
vou levando a vida
até que, em passos leves
chegarei tranquilamente
à outras galáxias.
Autora: Zefinha Louça