O crime aconteceu em março de 2018 em uma autoescola no centro de Gurupi, quando o instrutor Vilmar Alves Pereira foi morto com um tiro no rosto. Os acusados: Airton Gross, Lucas Pereira Batista, Douglas Fernandes dos Santos e Pietro Marques Teixeira foram condenados pelo tribunal de júri. Juntas, as penas somadas chegam a 67 anos de prisão.
Por Régis Caio
O julgamento dos réus aconteceu na última terça-feira (21) no fórum de Gurupi e durou aproximadamente 20 horas, finalizando no final da madrugada de quarta-feira (22). Airton Gross foi condenado a 24 anos de prisão por homicídio qualificado (pela promessa de pagamento e por motivo fútil).
Segundo a denúncia apresentada pelo Ministério Público, Airton foi o mandante do assassinato do instrutor. O acusado é reincidente neste crime, em 2016, ele foi condenado por ter matado o advogado José Fortaleza em maio de 2012, na zona rural de Alvorada.
Já Lucas Pereira Batista foi condenado a 26 anos de prisão por homicídio qualificado e por roubo. Lucas foi o autor do disparo que atingiu Vilmar, o réu confessou o crime e que o intuito era matar a vítima, porém ele negou ter participado do roubo. Ainda neste ano, o homem foi condenado a 10 anos por envolvimento no assassinato do colombiano Jhowin Holguin Rodrigues.
Pietro Marques Teixeira foi condenado a 16 anos de prisão pelo crime de roubo majorado (Concurso de pessoa e emprego de arma de fogo). Segundo a denúncia, ele estava no dia do crime acompanhado de Lucas e efetuou o roubo dos pertences das vítimas que estavam na autoescola. “Uma vida foi ceifada em decorrência do roubo praticado pelo
acusado. Porém, em razão do acolhimento da tese defensiva pelos jurados, o homicídio qualificado imputado ao
acusado será punido como roubo, pois supostamente o acusado não queria ou previu a morte da vítima”, consta a decisão.
Por último, Douglas Fernandes dos Santos foi condenado a 1 ano e oito meses pelos crimes de receptação e posse ilegal de arma de fogo. “Recebeu um aparelho celular roubado como pagamento para guardar as
armas utilizadas no crime de homicídio, ora tratado, cujo aparelho celular foi tomado de uma das vítimas do
roubo”, aponta a decisão judicial.
Os quatro envolvidos neste crime já estão presos desde o ano passado e irão cumprir a pena inicialmente no regime fechado.
Relembre o caso
Um instrutor de trânsito, Vilmar Alves Pereira, de 48 anos, foi baleado no rosto durante o assalto em uma autoescola no centro de Gurupi. Ele foi socorrido pelo Samu e levado para o hospital regional, porém morreu dias depois na unidade hospitalar.
Outras vítimas que estavam na autoescola contaram que dois criminosos entraram no local armados e anunciaram o assalto. Três alunos e o funcionário ficaram sob a mira das armas no momento do crime. Os homens levaram celulares e carteiras. Ainda segundo as testemunhas, após deixar o local, os bandidos voltaram e um deles atirou no instrutor à queima roupa.
Prisão dos envolvidos
No dia do crime a Polícia Civil, por meio da Delegacia de Homicídio e Proteção à Pessoa (DHPP) de Gurupi investigou e prendeu em flagrante: Lucas Pereira Batista, Douglas Fernandes dos Santos e Pietro Marques Teixeira.
Com eles, os policiais apreenderam a motocicleta e as duas armas de fogo usadas na ação criminosa, juntamente com os celulares roubados. No início, Lucas assumiu que tinha atirado na vítima e alegou que tinha ido para roubar. O caso foi passado então para a 1ª Delegacia de Polícia Civil.
Dias depois, os agentes da 1ªD.P descobriram que a motivação na verdade era um homicídio encomendado e logo chegaram até Airton Gross, preso na cidade de Sucupira. Os policiais cruzaram informações, apuraram boatos e voltaram a ouvir o assassino. Com esse trabalho minucioso, surpreendentemente foi descoberto que o agropecuarista Airton Gross, teria encomendado a morte do funcionário da autoescola e o caso foi repassado novamente para a DHPP.
Denúncia oferecida pelo MP
“Restou apurado nas investigações policiais que o denunciado AIRTON GROSS, em virtude de ciúmes provocado pela relação íntima de amizade que sua ex-esposa mantinha com a vítima Vilmar Alves Pereira, contratou os serviços do denunciado LUCAS PEREIRA BATISTA, para que este ceifasse a vida de Vilmar. Certo é que após intensas negociações, acordaram os denunciados que AIRTON pagaria para LUCAS o valor de R$ 2.500,00 após a execução do crime contratado”, relata a denúncia oferecida pelo Ministério Público.
“Diante de tal acordo prévio, o denunciado LUCAS PEREIRA convidou o denunciado PIETRO MARQUES para participar do ilícito, oportunidade em que LUCAS lhe ofereceu o pagamento de R$ 1.000,00 (um mil reais) em contrapartida ao seu auxílio, proposta esta prontamente aceita por PIETRO, tendo então acertados os últimos
detalhes para o cometimento do crime”, enfatiza o M.P.