da redação
Segundo o órgão, 73 pessoas morreram afogadas no ano passado, sendo 57 em 2019, ou seja, 16 ocorrências a mais.
Durante todo o período, o Corpo de Bombeiros Militar fez alertas para que os banhistas evitassem locais perigosos, sem a presença de salva-vidas e sem sinalização de segurança. Ainda assim, os números não pararam de subir. Em abril, quando tudo já estava fechado por causa da pandemia da Covid-19, nove pessoas morreram em rios tocantinenses. Em setembro, 13 foram a óbito, no maior pico desse tipo de ocorrência.
“Em 2020, o comportamento da população praieira foi atípico. Os pontos urbanos de lazer, em virtude da pandemia, estavam todos praticamente fechados. No entanto, houve deslocamentos para atividades de pesca em balneários particulares, onde não havia segurança contra afogamentos”, relata o major Antônio Luiz Soares da Silva, gerente de Monitoramento da Defesa Civil Estadual.
Para Antônio Luiz Soares, a mudança de comportamento pode ter relação com o aumento dos casos de afogamento. “Se observarmos os últimos dez anos, de 2010 a 2019, tivemos uma média de 67 óbitos por afogamento. E em 2020, foram 73 casos, um aumento de 10%. É uma preocupação para a segurança pública e isso precisa deixar toda a população em alerta”, frisa.
A maior variável observada nas estatísticas tem relação com bebida alcoólica ou sair para nadar após a refeição. A ausência de colete salva-vidas vem em segundo lugar, conforme explica o gerente de Monitoramento. “As pessoas avaliam mal os riscos e superestimam suas habilidades com a natação, se aventurando em travessias, saltos de locais elevados e nadar, se afastando da margem. E ainda há aqueles que não dão a devida atenção às crianças nos ambientes aquáticos”, pontua o major.
Os homens são maioria dos casos, chegando a 84% dos afogados. E os rios foram os locais com mais afogamentos (62%). Os apontamentos da Defesa Civil Estadual ainda relatam que 50% das mortes tiveram relação com bebidas alcoólicas, 29% estavam em algum tipo de embarcação e 73% sabiam nadar.
“Devemos lembrar que a prevenção ainda é a melhor ferramenta contra os afogamentos”, conclui o major Antônio Luiz Soares da Silva.