A justiça decidiu pelo arquivamento do inquérito que investigava a morte do sargento da Polícia Militar Gustavo Teles. O militar foi morto durante uma perseguição no dia 22 de outubro do ano passado em Gurupi. O tiro partiu da arma do delegado Luiz Francisco Felizardo. O juiz Ademar Alves de Souza considerou que houve legítima defesa.
Da Redação
Na decisão da Justiça consta que os policiais civis verificaram que o passageiro estava com uma arma. Os motociclistas foram perseguidos, perderam o controle do veículo e caíram. Os envolvidos que estavam na moto eram os sargentos Gustavo Teles e Edson Fernandes Vieira.
O juiz entendeu que o delegado agiu em legítima defesa própria e de terceiro, “em razão de ter visualizado uma iminente agressão em face de sua pessoa e de seus companheiros de trabalho”.
Na decisão, o juiz argumentou que o fato de maior relevância nos depoimentos das testemunhas e do delegado, é que o sargento da PM, que conduzia a moto, ao se levantar da queda, levou a mão até a cintura aparentemente para sacar uma arma, ao mesmo tempo em que tentou fugir, momento em que foi morto com apenas um tiro efetuado pelo delegado.
Entenda o caso
No dia 22 de outubro do ano passado a Polícia Civil identificou dois suspeitos de assassinatos em uma motocicleta e começou a perseguir o veículo. Um vídeo gravado por uma câmera de segurança mostra o momento exato da abordagem da Polícia Civil que terminou com a morte do sargento Gustavo Teles.
A motocicleta surge no vídeo e passa por cima de um morro de terra perto do meio-fio. Os militares se desequilibram e rolam no asfalto. Logo depois, o ocupante que estava na garupa da moto se levanta, leva à mão a cintura, dá alguns passos e novamente cai após ser baleado.
O Ministério Público Estadual (MPE) ofereceu denúncia contra Edson Vieira Fernandes por dois crimes de homicídio qualificado e pela tentativa de homicídio qualificado contra duas vítimas. Os crimes foram praticados na cidade de Gurupi, entre a noite de 22 de outubro e a madrugada do dia 23, em coautoria com Gustavo Teles, que foi morto logo depois, em confronto com a Polícia Civil.
Segundo a denúncia, os autores agiram com o mesmo modus operandi, em atividade típica de grupo de extermínio. Enquanto Edson Vieira Fernandes conduzia uma motocicleta, o garupa Gustavo Teles efetuava disparos contra as vítimas. Eles agiam por motivo torpe, visando eliminar indivíduos que consideravam socialmente “indesejáveis”. Atuando sempre de surpresa, impossibilitavam a defesa por parte das vítimas.
A primeira vítima foi Neuralice Pereira de Matos, que trafegava de bicicleta na avenida Rio Grande do Norte e foi alvejada com tiros na cabeça e em outras partes do corpo quando chegava no cruzamento com a rua 07. Ela veio a óbito no local.
Em seguida, também na avenida Rio Grande do Norte, em frente a uma residência, foram efetuados diversos disparos de arma de fogo contra Guilherme de Henrique Mendes e João Gabriel Soares de Queiróz, que não vieram a óbito por circunstâncias alheias à vontade dos autores.
A última vítima da dupla foi Natanael Glória de Medeiros, que trafegava de bicicleta, já no período da madrugada, e foi seguido pelos autores da rua 04 até a avenida Alagoas, onde foi alvejado. O garupa Gustavo Teles, no intuito de garantir a execução do delito, ainda desceu da motocicleta e disparou outras vezes contra a vítima, já caída ao chão. A todo momento, o denunciado esperava o executor concluir a ação, tendo ambos deixado juntos o local dos fatos, em disparada. Os disparos atingiram a cabeça e o tórax de Natanael Glória de Medeiros, que veio a óbito no local.