“A repercussão foi extremamente positiva porque tudo começou depois de uma informação que o Portal Atitude nos repassou e foi tomando uma proporção que contagiou e sensibilizou, praticamente, toda a sociedade gurupiense”, disse o advogado Antônio Carlos sobre o engajamento das pessoas que garantiram comida aos pacientes e servidores do Hospital Regional de Gurupi.
Do virtual (redes sociais) para a prática. A notícia da falta de alimentos para pacientes e servidores do Hospital Regional de Gurupi, movimentou os gurupienses que em pouco tempo conseguiram, no final da tarde da quarta-feira, 24, centenas de quilos de comida. A boa ação aconteceu depois que a empresa Litucera Limpeza e Engenharia LTDA deixou de fornecer alimentos aos pacientes e acompanhantes do Hospital Regional de Gurupi por desacordo comercial com o Governo do Tocantins.
“A repercussão foi extremamente positiva porque tudo começou depois de uma informação que o Portal Atitude nos repassou e foi tomando uma proporção que contagiou e sensibilizou, praticamente, toda a sociedade gurupiense”, disse o advogado Antônio Carlos.
Em seguida completou: “Isso mexeu com a sociedade porque é uma obrigação do Estado e, quando eu falo Estado é o Tocantins, Brasil e o município que têm a obrigação de fornecer condições de sobrevivência digna para o cidadão, principalmente, quando se trata de um hospital, que não pode faltar é remédio e comida que são recursos que o paciente precisa para sobreviver”.
Apesar de estarmos em período de eleição, a manifestação foi realizada por pessoas que se desligaram de suas ideologias política-partidária e compareceram deixando de lado suas diferenças para comprar a ideia em defesa de uma boa causa, onde as pessoas se mobilizaram juntamente com entidades de classe (OAB, ACIG e CDL), profissionais liberais e pessoas de pouco e de grande poder aquisitivo que se juntaram na ação de solidariedade e respeito ao próximo.
“Gurupi mostra mais uma vez que é uma cidade solidária ao trazer alimentos para quem precisa porque os pacientes que estão aqui no hospital não podem se locomover e, infelizmente isso é uma realidade crua e nua que está nas nossas portas. A sociedade gurupiense está mobilizada fazendo a sua parte integrada neste momento e o poder público tem que ser chamado à responsabilidade para resolver isso definitivamente”, avaliou o presidente da Subseção de Gurupi da Ordem dos Advogados do Brasil (OAB), Albery Cesar.
De acordo com a assessoria de comunicação do Hospital Regional de Gurupi ainda não foi feita estimativa do total de alimentos que recebeu da comunidade.
“Apenas uma empresa doou para o hospital meia tonelada de alimentos e a nossa estimativa a respeito dos alimentos que recebemos vai dar para abastecer o refeitório até o próximo domingo. Mas, ainda temos mais alimentos para receber e para isso temos uma nutricionista que está acompanhando o que pode ou não pode ser doado e verificando data de vencimento dos produtos”, informou a assessoria.
Em nota, a Secretaria de Estado da Saúde afirmou que “está empreendendo todos os esforços para manter a alimentação dos pacientes internados no Hospital Regional de Gurupi (HRG) e também está contando com a doação de alimentos de voluntários, como empresas e particulares”.
Negociações com a Litucera
Segundo a Sesau, houve previsão para pagamento para a para a empresa que fornece alimentos, mas foi rejeitado pela mesma, “que insiste em receber R$ 10 milhões para retomar os trabalhos. O Governo do Estado não reconhece o montante total da dívida alegada pela empresa, grande parte referente a supostos serviços realizados no fim da gestão passada”, disse.
A Sesau informou ainda que iniciou processo de licitação para contratação de uma nova empresa.
“A Secretaria de Saúde está dando prosseguimento ao processo licitatório para a contratação de novas empresas para prestação desse tipo de serviço nas unidades hospitalares do Estado”, conclui a nota.
Bloqueio de bens
Para garantir fornecimento aos pacientes e acompanhantes do Hospital Regional de Gurupi, a justiça acatou pedidos do Ministério Público Estadual (MPE), por meio da 6ª Promotoria de Justiça de Gurupi, e determinou o bloqueio de R$ 520 mil nas contas do Estado do Tocantins e da empresa Litucera Limpeza e Engenharia LTDA.